O Município de Faro lamenta “profundamente o falecimento de Tito Olívio Henriques, nascido no distrito de Viseu e residente em Faro desde 1963”.
“Tito Olívio licenciou-se em engenharia civil no Instituto Superior Técnico e iniciou a sua vida profissional em 1958. Em 1981, licenciou-se em Sociologia, no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, tendo vários trabalhos publicados nas áreas de sociologia da educação e de sociologia política. Foi professor do ensino técnico nas Escolas de Silves e de Faro e do ensino liceal no Liceu de Faro. Reformado da função pública, como técnico superior da então Direcção-Geral dos Recursos Naturais, desempenhou as funções de diretor dos Serviços Regionais de Hidráulica do Guadiana, em Faro”, refere a autarquia em comunicado.
A sua entrega ao benefício das comunidades locais valeu-lhe “a eleição para diversos cargos associativos, tendo sido dirigente de múltiplos organismos na cidade de Faro: Cineclube de Faro, Sporting Club Farense, Comissão Distrital de Árbitros de Faro, Comissão Administrativa do Sport Faro e Benfica, Associação de Xadrez de Faro, Delegação de Faro da Cruz Vermelha Portuguesa, Rotary Club de Faro, Direção dos Bombeiros Voluntários de Faro, Santa Casa da Misericórdia de Faro e Vereador da Câmara Municipal de Faro, no mandato de 1971-1974, onde integrou a Comissão de Arte e Arqueologia e a Comissão das Festas da Cidade”.
Tito Olívio foi ainda autor dos “Regulamentos de Distinções Honoríficas da Câmara Municipal de Faro, dos Bombeiros Voluntários de Faro e dos Bombeiros Municipais de Faro, sendo também autor dos desenhos das respetivas medalhas da edilidade farense”.
Colaborou, desde os 20 anos, em jornais diários e regionais, publicou dezenas de livros, de poesia, prova e ensaio, incluindo a “Obra Poética” (1921-2005). Obteve diversos prémios em Jogos Florais do país e do Brasil, tendo um romance inédito a que foi atribuída a única Menção Honrosa do Prémio Eça de Queiroz- 1991.
Tito Olívio foi também cônsul para o Algarve dos Poetas del Mundo (Chile), técnico-voluntário do Refúgio Aboim Ascensão, membro da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Jornalistas e Escritores do Algarve, membro da direção do Instituto D. Francisco Gomes, fundador e editor do jornal “Poetas de Faro”, chefe de redação do jornal “Distrito de Faro”, subdiretor do “Jornal Escrito” e colaborador de diversos jornais regionais.
Em 1973, a Cruz Vermelha Portuguesa agraciou-o com a Medalha de Louvor. Em 2017, o Rotary Club de Faro instituiu o “Prémio de Poesia Tito Olívio” e em 2020, recebeu, pela Ordem dos Engenheiros, a distinção de Prémio Carreira 2020 pelos seus mais de 60 anos dedicados à Engenharia Civil.
Possuidor de mais de 100 prémios literários, de Portugal e do Brasil, Tito Olívio Henriques é uma referência incontornável do património sociocultural de Faro e do Algarve.
O Município de Faro, que lhe atribuiu, em 2011, a Medalha de Mérito, Grau Ouro, por todo o seu percurso, pela sua dedicação e trabalho em prol dos projetos sociais do concelho, “endereça aos seus familiares e amigos as mais sentidas condolências”.
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