A cidade de Faro vai assinalar na quarta e quinta-feira o centenário do nascimento do poeta António Ramos Rosa, com um programa que inclui uma exposição de originais, mesas de trabalhos e uma atuação de poesia performativa.
Considerado como um dos mais importantes poetas do século XX, António Ramos Rosa nasceu em Faro em 17 de outubro de 1924, onde frequentou os estudos secundários, mudando-se depois para Lisboa, onde morreu em 23 de setembro de 2013.
Ramos Rosa trabalhou como tradutor e professor, tendo sido um dos diretores de revistas literárias como Árvore e Cassiopeia, tendo colaborado em diversas publicações periódicas com textos de crítica literária.
Em 1958 publicou o seu primeiro livro intitulado “O Grito Claro”, que assinalou o início de uma vida dedicada à poesia com mais de 50 obras editadas.
Autor de vários ensaios, entre os quais, “A Poesia Moderna” e a “Interrogação do Real” (1979-1980), foi distinguido em 1988 com o Prémio Pessoa e o seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.
“A sua obra caracteriza-se por uma profunda reflexão sobre a existência do ser numa procura contínua entre a sua relação íntima com o mundo”, destaca em comunicado a Câmara de Faro, entidade parceira da organização das comemorações do centenário do nascimento do poeta.
As comemorações arrancam na quarta-feira com a inauguração, da exposição “António Ramos Rosa e a Integração do Real”, com a curadoria do poeta e ensaísta António Carlos Cortez, às 17:30, na Biblioteca Municipal de Faro – António Ramos Rosa.
O mesmo espaço acolhe, entre as 18:45 e as 19:50, a mesa-redonda “Poetas com António Ramos Rosa: testemunhos, uma ideia de poesia”, com a participação dos poetas Fernando Pinto do Amaral, Jorge Vaz de Carvalho, Jorge Reis-Sá, Paulo Teixeira e Sara Martins.
Na quinta-feira, as comemorações iniciam-se com a sessão solene, às 09:30, seguida de comunicações e de conferências sobre a vida e obra do autor, entre as quais “António Ramos Rosa ou a interrogação do real”, às 10:50, “António Ramos Rosa e as formas do poético” (11:30), “António Ramos Rosa: poeta plural – tradução, edições, intervenção cultural” (15:00) e uma mesa-redonda intitulada “António Ramos Rosa, testemunhos, influência, evocações” (17:00).
As mesas-redondas envolvem ainda escritores, ensaístas, jornalistas e investigadores como Ana Marques Gastão, Elisa Costa Pinto, João Albuquerque, Luís Filipe Castro Mendes, Luís Quintais e Luís Ricardo Duarte, entre outros autores.
As comemorações do centenário do nascimento de António Ramos Rosa encerram com um recital de poesia, pelos atores Eurico Lopes e Luís Lucas, às 21:00, na biblioteca municipal de Faro.
No âmbito da sua Missão e das atribuições no domínio da Cultura, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve congratula-se com “esta iniciativa meritória, que evoca a memória de um dos mais distintos algarvios e a obra de um nome maior da Poesia do Século XX”.
Organizado pela associação A Tal Emersa, o evento tem a curadoria do professor, poeta e ensaísta António Carlos Cortez, com o apoio do Município de Faro.
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