O Encontro “Mulheres e Liberdade – Vozes negras femininas em resistência artística” vai ter lugar na Fortaleza de Sagres, no dia 16 de novembro, das 15:00 às 18:00, no âmbito do programa Fortaleza Cultural 2024.
Trata-se de uma iniciativa organizada pela Fortaleza de Sagres, que propõe um diálogo entre passado e presente, confrontando marcas coloniais com narrativas decoloniais.
“As temáticas a explorar serão em torno das heranças coloniais visíveis no espaço público, de como são vividas por pessoas negras, e de que forma a criação artística é uma via de resistência e de libertação desses legados, fundamental para a construção de políticas de memória”, explica a Fortaleza de Sagres em comunicado.
Neste contexto, e relembrando o simbolismo de Sagres, procuram-se discutir “novas narrativas, de mulheres negras, africanas, afroportuguesas e afrodescendentes”.
A conversa na Fortaleza de Sagres será mediada por Paula Cardoso, fundadora da comunidade digital Afrolink. Conta com a participação de Raquel Lima, poeta, arte-educadora, ensaísta, investigadora e artista transdisciplinar; Patrícia Moreira, autora, e a dupla Isabél Zuaa e Cleo Diára, artistas multidisciplinares que integram o coletivo Aurora Negra.
Todas as atividades culturais integradas no programa Fortaleza Cultural são de entrada gratuita.
Os interessados em mais informações e reservas devem contactar o email: [email protected]
Mulheres que participam no encontro
Paula Cardoso é fundadora da comunidade digital Afrolink, é também autora da série de livros infantis Força Africana, projetos desenvolvidos para promover uma maior representatividade negra. Com o mesmo propósito cocriou O Tal Podcast, apresenta o programa de TV Rumos, e é cronista da revista Brasil Já, a que junta um espaço de opinião no Gerador. Integra ainda o Fórum dos Cidadãos, que contribui para revigorar a democracia portuguesa, e é Embaixadora do European Climate Pact, compromisso de combate às alterações climáticas. Natural de Moçambique, licenciou-se em Relações Internacionais e trabalhou como jornalista durante cerca de 20 anos, percurso iniciado na revista Visão. Em 2023 foi apontada pela revista de negócios “Success Pitchers” como uma das “10 Mulheres Líderes Mais Inspiradoras do Empreendedorismo Social”.
Patrícia Moreira é autora dos livros “As Novas Identidades Portuguesas”, “A Bagagem da Imigração” e do conto “Fidjo Fêmea”, publicado pela revista Gerador edição 38. Licenciada em Ciências da Linguagem, na Universidade d’AixMarseille, França, e mestrado em Português Língua não Materna, na Universidade do Minho, foi na escrita que a autora encontrou espaço para romper silêncios. Não só na literatura tem encontrado espaço para contar histórias, mas também no audiovisual. Teve o seu primeiro guião “VIDAS” selecionado para a final da IX Edição do Festival Guiões. O mesmo guião venceu o prémio MUTIM 2023. Argumentista do projeto audiovisual Djunta Mô.
Raquel Lima é poeta, arte-educadora, ensaísta, investigadora e artista transdisciplinar. Licenciada em Estudos Artísticos e doutoranda em Estudos Pós-Coloniais, com a sua investigação centrada em oratura, escravatura e movimentos afrodiaspóricos. Tem apresentado o seu trabalho em vários países da Europa, América do Sul e África em eventos de literatura, performance, artes visuais, música e ciências sociais.
Destaca-se a sua participação artística na Bienal de Veneza, na Bienal de São Tomé e na 35.ª Bienal de São Paulo; a curadoria do programa cultural da Conferência Afroeuropeans: Black (In)Visibilities Contested no ISCTE, e da Conferência ‘Reformular a Autoridade e a Autoria nas Artes’ na Culturgest e a sua eleição como uma das 100 personalidades negras mais influentes da Lusofonia, pela Power List anual da revista Bantumen. Publicou o livro Ingenuidade Inocência Ignorância e co-fundou a UNA – União Negra das Artes.
Isabél Zuaa é uma artista multidisciplinar nascida em Lisboa, com origens na Guiné-Bissau e Angola. Dedica-se em dramaturgias que destacam pessoas negras como protagonistas e anfitriãs das suas narrativas. Formada em interpretação no Chapitô, Escola Superior de Teatro e Cinema, e Unirio, desde 2010 atua em projetos de teatro, cinema, televisão e performance em vários lugares do globo. Em 2019, junto com Cleo Diára e Nádia Yracema, fundou o coletivo AURORA NEGRA, que estreou o espetáculo “Aurora Negra” no TNDM II, seguido por “COSMOS” em 2022 e “Missão da Missão” em 2023.
O coletivo também criou o Festival KILOMBO. Junto com outres artistas co-fundou a UNA – União Negra das Artes. Foi reconhecida pela BANTUMEN POWERLIST como uma das 100 personalidades mais influentes da Lusofonia em 2021 e 2022.
Cleo Diára nasceu na Cidade da Praia em Cabo Verde. Muda-se para Lisboa na infância onde realizou a maior parte da sua formação. As suas primeiras experiências teatrais foram com o grupo de teatro universitário Mis-cutem, sendo na sequência disso que inicia a sua formação artística profissional em 2012, na ESTC. Artista multidisciplinar, desde 2015, participou como intérprete em vários projetos teatrais de encenadores nacionais entre os quais se destacam Mário Coelho, Mónica Calle, Pedro Baptista, Rogério Carvalho e Sónia Baptista.
Em 2020, ganhou a Bolsa Amélia Rey Colaço para a criação do espetáculo “Aurora Negra”, em colaboração com as actrizes Isabel Zuaa e Nádia Yracema, com estreia no TNDMII e digressão pelo país fora. Em 2022 o colectivo Aurora Negra apresentou a sua segunda criação, “Cosmos”, na sala principal do TNDMII e em 2023 “Missão da Missão. Para além do seu trabalho em teatro, integrou também várias produções de cinema nacionais e internacionais, entre as quais destaca “Diamantino” de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, “Verão Danado” de Pedro Cabeleira, “Terra Amarela” de Dinis Costa, “Nha Mila” de Denise Fernandes, “O Vento Assobiando nas Gruas” de Jean Waltz, entre outres. Foi finalista no programa a Pitch Me da Netflix e da Academia Portuguesa de Cinema.
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