Os estudos e valores do patrono da Fundação Manuel Viegas Guerreiro são ponto de partida para uma celebração em Querença, desta vez aliada à data de nascimento do etnólogo e antropólogo Manuel Viegas Guerreiro, que faria 112 anos a 1 de novembro, todavia, a sessão acontece no sábado, dia 2, a partir das 15:30.
O programa tem início com um percurso cultural comentado pela investigadora Luísa Martins, no cemitério de Querença, onde Manuel Viegas Guerreiro (1912-1997) se encontra sepultado.
Após a itinerância, a sessão continua no auditório da Fundação, no qual o investigador Maciel Santos, do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP) apresenta em estreia o livro “Manuel Viegas Guerreiro, Angola 1957-58”, elaborado pelo CEAUP a partir da investigação do Mestre ao serviço da Missão de Estudo das Minorias Étnicas do Ultramar português.
O livro agora publicado contém fotografias da coleção de Viegas Guerreiro: os “boers” de Angola. Foi desenvolvido em colaboração com a FMVG e tem o apoio da Câmara Municipal de Loulé.
A fechar o encontro do próximo dia 2 de novembro, serão ouvidos em voz alta os contos macondes recolhidos por Manuel Viegas Guerreiro no norte de Moçambique, pela contadora Patrícia Amaral.
Pelo meio, será possível observar a exposição itinerante “Angola, 1957”, com curadoria de Luísa Martins, e que reúne a coleção dos “boers”.
Ao final da tarde, a Fundação dá a conhecer algumas das iniciativas que tem vindo a implementar no sentido de “trocar por miúdos” os estudos e valores de Viegas Guerreiro. Uma delas, integrou a I Bienal Cultura e Educação, “Retrovisor: uma história do futuro”, do Plano Nacional das Artes (2023) e inclui entrevistas a pessoas da comunidade de Querença que conheceram o antropólogo, jogos tradicionais, provérbios e adivinhas, numa recolha da associação Ao Luar Teatro, Ideias Culturais e da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, raiz de um jogo para crianças e jovens, intitulado “Antropologia do Espanto”, concretizado em associação com vários parceiros.
Na Fundação, também se poderá constatar as novas apropriações da aldeia de Querença, distantes da realidade do menino Blé, ou até do professor da Faculdade de Letras de Lisboa, que ainda conheceu a internet mas que não teve tempo de avaliar a facilidade com que a sua aldeia poderia “viajar” para o mundo.
O evento, de entrada livre, é apoiado pela União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim.
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