Após uma primeira sessão com casa cheia a 31 de outubro, o projeto regressa ao Armazém Regimental de Lagos no próximo dia 14 de novembro, pelas 19:00, onde será exibido o documentário da autoria de Joana Pontes, seguindo-se um debate com Débora Pinho Mateus, Marta Lança e Lúcia Furtado.
“Através da análise de registos fotográficos, o documentário da reconhecida investigadora e realizadora torna possível reexaminar de forma crítica a História de Portugal e das antigas colónias, usando a fotografia enquanto objeto indispensável neste processo de conhecimento e reflexão”, refere o Município de Lagos em comunicado.
O debate será moderado por Débora Pinho Mateus, antropóloga visual, formadora, produtora e programadora do FICLA – Festival Internacional de Cinema e Literatura do Algarve [2019 -2022] e membro da direção do Cineclube de Tavira. As convidadas são Marta Lança, jornalista, investigadora, programadora e editora – fazendo regularmente projetos nos PALOP.
Débora Mateus tem investigado sobre questões pós‑coloniais, disputas de memória e produção de conhecimento em plataformas colaborativas e Lúcia Furtado uma das fundadoras da Femafro – Associação de Mulheres Negras, Africanas e Afrodescendentes em Portugal onde exerce a função de Presidente da Direção, esteve envolvida na Campanha por uma Outra Lei da Nacionalidade, no grupo que pretendia a Recolha de Dados Étnico-Raciais nos censos de 2021.
Para complementar a exibição do documentário, haverá também uma curadoria literária da responsabilidade de Marta Lança e do projeto Buala – livros escolhidos para enquadrar, desafiar e abrir novos caminhos e consciência para estes temas e que poderão ser adquiridos em cada sessão.
Nesta edição do projeto “Libertar a Memória”, dá-se continuidade “ao uso do cinema como instrumento de discussão, de linguagem transformadora, de educação e conhecimento sobre um tema tão desconfortável quanto necessário: fala-se da História, do passado colonial e pós-colonial e das suas consequências que perduram até hoje num Portugal ainda com dificuldades em abordar estes assuntos bem como pensar o seu impacto na construção da atual sociedade portuguesa”.
Assim, procura-se, através deste programa, “suscitar o debate, colocar questões e abrir o diálogo ao público e à sociedade em geral, questionando se a História, tal como a aprendemos, nos tem sido bem contada – o que se escolhe ensinar em detrimento do que se oculta? O que realmente sabemos sobre este assunto? E que vozes não foram ouvidas até agora que ainda é necessário ouvir?”
“Libertar a Memória” é um projeto promovido por O Corvo e a Raposa – Associação Cultural, com a coordenação e direção artística de Luísa Baptista, apoiado pela CCDR Algarve, I.P., tendo como parceiro o Município de Lagos, Museu de Lagos | Rota da Escravatura. Conta com o apoio de Cineclube de Faro, BUALA.org, Museu Zer0 e a livraria A Internacional.
Para consultar o programa completo basta clicar aqui.
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