Criadores das áreas da dança, da música, do teatro e da escrita vão estar em destaque no “ciclo d’Outra maneira 2024”, do festival encontros do DeVIR, com espetáculos em Faro e Loulé, até ao fim do ano.
O comunicado de apresentação da segunda edição deste ciclo sublinha que os organizadores irão continuar a abordar “questões relativas à ecologia integral, com destaque para as mutações climáticas e emergência ecológica”.
“Abrir fissuras, criar descontinuidades, romper, pensar de forma alternativa, promover a criação de outros olhares, é muito o papel de quem cria, e deverá ser o treino a que não nos devemos furtar”, realça o texto que, em seguida, assegura que será apresentado um conjunto de espetáculos que “desafiam a sair do nosso lugar e a experimentar outros pontos de vista”.
O diretor artístico do festival, José Laginha, defendeu, em conversa com a agência Lusa, que o que é proposto é “fazer de outra maneira”, porque acredita “na possibilidade de propostas alternativas”.
Segundo ele, vários dos artistas convidados “demonstram bem a pertinência de pensar e fazer de outra maneira”.
O Centro de Artes Performativas do Algarve (DeVIR/CAPa) afirma que, além dos espetáculos, a segunda edição do “ciclo d’Outra maneira” reúne um conjunto de textos de pensadores que propõem “curtas reflexões sobre a inevitabilidade de agirmos d’Outra maneira quando são cada vez mais notórias e avassaladoras as repercussões das mutações climáticas, num Planeta que vive em emergência ecológica”.
O programa destaca a 31 de outubro, no Teatro das Figuras de Faro, o concerto da Rasha Nahas Band, da Palestina.
A multi-instrumentista e cantora-compositora palestiniana Rasha Nahas apresenta-se pela primeira vez em Portugal, caracterizando-se as suas composições por “vocalizações ternas e uma constelação de percussão que viaja pela Ásia Ocidental, Norte da África e pela Berlim urbana”, segundo o texto.
A 08 de novembro, também no Teatro das Figuras, é a vez de Manel Cruz dar um concerto, no âmbito da sua digressão a solo “CRU”.
O músico afirma numa declaração incluída no programa que se trata de um concerto que tem como finalidade “conseguir um espaço em que todas as canções se apresentem da forma mais crua e despida possível, privilegiando, através da fragilidade, o seu lado mais intimista”.
O filme documentário brasileiro “A queda do céu”, de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, com “uma reflexão contundente sobre o modelo de predação generalizada dos povos e do planeta, gerada por aqueles que Davi chama de ‘povo da mercadoria’, a saber os Brancos”, irá ser apresentado a 04 de novembro no Cineclube de Faro.
Outro dos destaques será a dança contemporânea “… e vi o céu”, de José Laginha e Marlene Vilhena, que passa no Teatro das Figuras a 22 de novembro.
“’… e vi o céu’ propõe-nos uma reflexão não linear sobre a superação e a transcendência, partindo de memórias, de experiências pessoais, mas também de acontecimentos reais que nos impelem a contemplar e a celebrar a vida e a natureza”, segundo o texto da apresentação.
A programação também inclui, entre outros, no Cineteatro Louletano, em Loulé, o espetáculo de dança e música “Sons of Sissy”, de Simon Mayer/Art in Motion (Áustria), a 27 de novembro, e a dança contemporânea “Don’t Stop”, de Tereza Lenerová, Floex and coll (República Checa), a 06 de dezembro.
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