Cerca de 70% da produção de vinhos do Algarve é vendida e consumida na região, tirando partido da presença de turistas e residentes estrangeiros dispostos a pagar um preço mais elevado, disse esta segunda-feira fonte da Comissão Vitivinícola do Algarve.
A entidade que certifica, controla e promove os vinhos algarvios organiza esta segunda-feira num hotel em Vilamoura, no concelho de Loulé, distrito de Faro, a 1.ª edição do Algarve Wine Session, com 32 produtores para divulgar a produção de vinhos da região mais a sul do país.
“Isto é um evento exclusivo para profissionais […], numa perspetiva de divulgar o que os produtores têm em produção e poderem ter um maior contacto [com os distribuidores]”, disse à agência Lusa a presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA), Sara Silva.
A região tem 55 produtores certificados que, numa área de 1.400 hectares, produzem cerca de 1,7 milhões de litros de vinho, segundo números da Comissão Vitivinícola do Algarve.
De acordo com Sara Silva a produção teve, nos últimos anos, um crescimento anual de 5%, tendo o número de produtores certificados duplicado nos últimos 10 anos.
Dos 1.400 hectares, “800 são para a produção de vinho certificado, tendo ele como denominação de origem Lagos, Lagoa, Portimão e Tavira ou indicação geográfica Algarve”, disse a presidente da CVA, acrescentando que 90% do vinho produzido tem a indicação geográfica Algarve.
Sara Silva referiu que 70% da produção de vinhos no Algarve são comercializados na região, através do canal Horeca (Hotelaria, Restauração, Cafetaria e Catering) e também através do enoturismo (viagens motivadas pela apreciação do vinho).
Por outro lado, dos 15% de vinho que é exportado, a maior parte vai para países europeus, não sendo indiferente o facto de cerca de 40% dos produtores deste produto serem estrangeiros que vivem, ou não, na região.
O mercado norte-americano (Estados Unidos e Canadá) vem a seguir, assim como o Brasil, sendo cerca de 10% da produção vendida no resto do país.
“Não estamos necessariamente presentes em grandes superfícies. Digamos que não é bem o ‘target’ dos nossos operadores, por isso, a nossa presença fora da região faz-se sobretudo em restaurantes diferenciados e algumas referências, algumas garrafeiras, que apostam em ter vinhos de várias regiões”, disse Sara Silva.
A responsável pelo setor vitivinícola algarvio insistiu que os produtores “apostam na qualidade, sendo que “os preços finais vêm relativamente elevados comparativamente a outras regiões, ainda que sejam preços mais que justos para a produção de qualidade que os vinhos demonstram”.
“Temos aqui este público estrangeiro que procura qualidade e procura e gosta do que é local e autêntico”, concluiu.
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