A Festa dos Anos de Álvaro de Campos (FAAC), organizada pela Partilha Alternativa Associação Cultural, cumpre, este ano, a sua 10ª edição consecutiva, e sempre tem contado com o envolvimento dos alunos da Escola Secundária de Tavira.
O Agrupamento de Escolas Dr. Jorge Augusto Correia (AEJAC), desde a sua primeira edição, participa no evento, envolvendo uma parte significativa dos alunos na criação de objetos artísticos que têm como referente a obra poética de Álvaro de Campos e o próprio heterónimo enquanto pessoa ficcionada (“o meu Álvaro de Campos”, “a mala de viagem do Sr. Engenheiro” ou “Fernando Pessoa e os heterónimos”).
A Festa dos Anos de Álvaro de Campos está integrada no Projecto Cultural de Agrupamento (PCA) e no plano anual de atividades do Agrupamento de Escolas Dr. Jorge Augusto Correia, contando com a coordenação do professor Reinaldo Barros .
Dos simples desenhos das primeiras edições, os objetos artísticos criados pelos alunos evoluíram para painéis coletivos, instalações, fotografias, vídeos, esculturas, música, performance, entre outros, diversificando-se criativamente ao longo dos anos.
“Por estimativa, fazendo o somatório das presenças anuais, já terão participado na FAAC, seguramente, mais de 1.600 alunos dos diversos níveis de ensino, do pré-escolar ao ensino secundário. Tal envolvimento é relevante em termos educativos, formativos, pedagógicos, artísticos, culturais e de cidadania e pode ser considerado, com todo o orgulho, um dos nossos mais interessantes legados para o futuro”, explica a FAAC em comunicado.
“Fazer a Festa, ano após ano, mesmo com as limitações e os constrangimentos já de todos conhecidos e identificados, vale a pena?”, questiona a organização, acrescentando que “inequivocamente: sim! Estamos a falar de um evento cultural de referência, único, que promove, dignifica e destaca o concelho de Tavira além-fronteiras, que reúne as sinergias de vários atores culturais da cidade – artistas, criadores, associações, empresas, escolas… –, os que dinamizam o tecido social, os que trazem aos espaços e equipamentos culturais a comunidade local, os que fomentam uma identidade e um sentido de pertença e de partilha, os que criam, promovem e difundem a cultura, os que dinamizam o património nas suas diversas vertentes. Movimento e criação, dinamismo, diálogo e partilha, definem uma comunidade saudável, enraizada, segura, inovadora que se projecta e idealiza no futuro. Um futuro para o qual as gerações mais jovens devem ser preparadas porque os desafios civilizacionais que hoje se levantam são eticamente colossais”.
O AEJAC tem cumprido a sua função educativa, pedagógica, artística e cultural ao abrir-se ao território, à comunidade e à partilha.
“Temos o privilégio de podermos contar com excelentes parceiros nestes projectos comuns. Uma escola que forma cidadãos críticos, criativos, sensíveis à arte e aos desafios das relações humanas e sociais, que expressam os seus ideais e definem os seus objetivos, acessíveis ao outro, atentos à pluralidade das manifestações culturais que nos definem enquanto seres humanos, é uma escola que valoriza a verdade, a justiça, os direitos humanos, a solidariedade, o diálogo, a paz, a democracia, pilares de uma civilização humanista, ecológica, plural, harmoniosa. Parece pouco, mas é significativo”, pode ler-se na nota.
“Esta exposição retrospectiva é a mostra possível de uma ínfima parte do muito que foi realizado. Nunca nos passou pela cabeça um dia virmos a comemorar 10 anos de continuidade de projecto e, portanto, nunca houve a preocupação de criar um registo ou um espólio permanente. Basicamente, aqui estão expostos trabalhos dos anos letivos de 2022/2023 e 2023/2024, que tiveram por tema “poema em linha reta” e “Ode Marítima”, mais alguns trabalhos que são acervo da biblioteca escolar, de anos anteriores, e alguns registos dispersos”, refere a organização.
“Esperamos que o visitante leve consigo mais do que a memória dos trabalhos, o alcance do sonho aqui materializado como semente de futuro. De parabéns estarão sempre todos aqueles que embarcam nestas aventuras”, conclui.
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