O Município de Albufeira, através da Biblioteca Municipal Lídia Jorge, prossegue com um programa que visa celebrar o nascimento de grandes escritores e poetas portugueses, Leituras Partilhadas. A próxima sessão realiza-se no próximo dia 28 de novembro, a partir das 21:00, em torno da vida e obra de Alexandre O’Neill (1924-1986), sob a orientação de Elsa Ligeiro, da editora Alma Azul.
Alexandre O’Neill foi percussor do Surrealismo em Portugal, ao lado de Mário Cesariny, José Augusto França, Fernando Vespeira e António Pedro, com quem, em 1947, fundou o Grupo Surrealista de Lisboa, do qual sairia pouco tempo depois (anos cinquenta), sem contudo deixar de utilizar a ironia, própria daquela corrente cultural.
O’Neill era um poeta de Lisboa. Boémio, assíduo frequentador de tertúlias, vagueava pelas ruas de caderno na mão a anotar os pequenos absurdos do dia-a-dia, que retratava com ironia e trocadilhos, com linguagem que incluía calão e gíria e tudo o mais que pudesse ridicularizar os brandos costumes da época, tendo sido preso várias pela PIDE.
Autodidata, individualista e provocador dizia ser um realista que “apenas registava o aqui e agora”. Portugal “país pobrete e nada alegrete” estava no centro dos textos que fazia e que tratavam de temas que iam do amor, ao medo e à solidão.
Entre as obras que escreveu, as mais conhecidas do público são: o livro “No Reino da Dinamarca” ou o poema “A Gaivota”, interpretado por Amália Rodrigues.
Até hoje, ficou também no ouvido dos portugueses a sua célebre frase “Há mar e mar, há ir e voltar” utilizada nas campanhas de sensibilização sobre afogamento nas praias durante a época balnear. Venceu o Prémio do Centro Português da Associação Internacional de críticos literários em 1983.
O’Neill nasceu a 19 de dezembro de 1924 na cidade de Lisboa. Filho do bancário António Pereira de Eça O`Neill de Bulhões e de Maria da Glória Vahia de Castro O`Neill de Bulhões, dona de casa.
Antes de ser escritor e poeta reprovou nos exames e abandonou os estudos, tendo passado a viver de biscates e do que escrevia.
Foi escriturário, empregado de seguros, tradutor de romances, de poesia e de manuais científicos, colaborador de jornais e revistas, autor de textos para cinema e teatro, televisão e rádio, letrista de fados e um dos mais importantes criativos publicitários.
A entrada é livre, mas sujeita a inscrição prévia através dos telefones: 289 599 507 | 289 598 853 ou dos emails: [email protected] ou [email protected].
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