A secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, anunciou esta quarta-feira que Portugal é o país da bacia do mediterrâneo com maior crescimento no turismo, 11,5%, o que permitiu a criação de 40.000 postos de trabalho no sector este ano.
“Portugal registou um crescimento muito significativo em relação ao ano passado”, disse Ana Godinho numa audição na comissão parlamentar de economia.
A secretária de Estado fez um balanço da actividade turística deste ano e lembrou alguns indicadores da última década, concluindo que “Portugal está a viver bons momentos” no turismo, mas “é preciso que não sejam efémeros”.
Referiu a duplicação do número de voos e de passageiros entre 2005 e 2015, tal como a duplicação da oferta hoteleira no mesmo período.
Nestes 10 anos a estada média dos turistas em Portugal passou de 3,1 para 3,8 dias.
A secretária de estado reconheceu que ainda persiste a sazonalidade e as assimetrias regionais, pois 90% das dormidas são no litoral.
Por isso, defendeu a necessidade de se trabalhar para conseguir “uma actividade turística sustentada que gere riqueza e emprego ao longo do ano”.
Este ano, segundo disse, começou a haver uma inversão da situação com a criação significativa de emprego mais distribuído ao longo do ano.
A aposta no ensino de qualidade foi também defendida por Ana Godinho, que anunciou a abertura de uma nova escola de turismo em Portimão.
A governante lembrou ainda que as empresa do sector estão descapitalizadas e considerou que a redução do IVA está a aliviar a respectiva tesouraria.
Salientou, a propósito, os vários programas de apoio financeiro às empresas do sector, que estão em curso.
Foram aprovados 230 projectos na área do turismo e foram pagos às empresas 34 milhões de euros para os respectivos investimentos.
Todos os grupos parlamentares se congratularam com os resultados do sector do turismo, mas não se inibiram de colocar questões sobre a estratégia para o sector e sobre medidas concretas.
O PCP e o bloco de Esquerda chamaram a atenção para a necessidade de os trabalhadores do sector, onde predomina o salário mínimo, também usufruírem do crescimento verificado.
O PSD e o CDS deixaram algumas criticas e questionaram a secretária de Estado sobre um eventual agravamento fiscal para os alojamentos locais, o que foi negado.
(Agência Lusa)