O projeto Ready4H2, que reúne 90 distribuidoras de gás europeias, entre as quais a portuguesa Galp Gás Natural Distribuição, concluiu através de um estudo que 96% dos gasodutos europeus de distribuição de gás já estão prontos para uma conversão que permita o transporte de hidrogénio.
“Constatámos, em termos económicos, que é quatro vezes mais barato transportar hidrogénio por gasoduto do que por camião, o que justifica um forte investimento nas redes locais de gás.” afirma Peter Kristensen, Presidente da Ready4H2.
O mesmo estudo assinala que existem ainda uma série de barreiras ao desenvolvimento do hidrogénio, tais como as incertezas relacionadas com o preço e os volumes do mercado de hidrogénio, a falta de sensibilização do público para os benefícios da descarbonização por via deste vetor energético e de apoio às operadoras da rede de distribuição (ORD).
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Em resposta a estas preocupações, o mesmo grupo sugere que seja criada a possibilidade de as ORD poderem operar redes de hidrogénio dedicadas, em vez de se promover apenas a mistura de hidrogénio nas infraestruturas existentes. As distribuidoras entendem ainda que devem ter um mandato para gerir a qualidade do gás nas suas redes individuais.
O projeto Ready4H2, lançado no passado outubro e com duração prevista até março de 2022, prevê ainda a conclusão e divulgação de outros dois estudos, um que analisará de que forma podem as ORD contribuir para a cadeia de valor do hidrogénio e, por fim, um roteiro sobre a contribuição dos ORD para a criação de uma infraestrutura de distribuição de hidrogénio da Europa.
As distribuidoras afirmam que o estudo vai ao encontro das ambições recentemente anunciadas pela Comissão Europeia no pacote Fit-for-55, que pretende alinhar a legislação da União Europeia em matéria de clima e energia com o objetivo de reduzir as emissões em pelo menos 55 % até 2030, um caminho no qual o hidrogénio pode ter um papel relevante. A própria Comissão Europeia adotou, esta quarta-feira, um conjunto de propostas legislativas para “descarbonizar o mercado de gás da UE”, promovendo a transição para gases renováveis e com baixo teor de carbono, incluindo o hidrogénio.
– Notícia do Expresso, jornal parceiro do POSTAL