Quase a completar dois anos de existência e com resultados impressionantes nesta primeira fase, a Timing prepara-se para abrir nos primeiros dias de Março um novo escritório na cidade de Faro.
Depois de Quarteira, Albufeira, Lisboa, Portimão e Sevilha, a empresa de trabalho temporário, nascida no Algarve, vê concretizada a vontade do seu impulsionador, Ricardo Mariano, e abre um espaço na capital algarvia, perto da universidade, que se reflectirá numa oportunidade de “recrutar jovens com pouca experiência mas com perfil”, afirma ao POSTAL o empresário farense.
“Outro dos aspectos importantes é que vamos estar na capital, no centro do Algarve e na cidade que eu amo. Sou de Faro, sou farense e até que enfim que vou abrir uma porta pública aqui”, salienta Ricardo Mariano.
Esta é a primeira abertura de um espaço físico da empresa em 2017, mas não será a única. A juntar ao escritório na zona da Penha surgirão, antes do Verão, mais duas delegações da empresa que estão “em máximo segredo”.
“Será uma delegação no sotavento e outra no barlavento”, adiantou para já o empresário.
Perto de chegar a uma facturação anual a rondar os 10 milhões de euros, a Timing, que completa apenas dois anos de existência em Abril, tem como grande objectivo ser, no final deste ano, “a maior empresa de recursos humanos do Algarve”.
“Quando abrimos a Timing, em Abril de 2015, a minha primeira reunião com todos os colegas deixou claro que no final de 2017 tínhamos de ser os maiores no sector e felizmente é nesse caminho que estamos. Neste último Verão, durante cerca de 50 dias tivemos diariamente mil pessoas a trabalhar, espalhadas na sua grande maioria por unidades hoteleiras do Algarve e de Lisboa e isso é notável”, exemplifica o farense.
O sucesso, aponta Ricardo Mariano, “é muito mais fruto das minhas equipas de trabalho do que de mim”.
Novo conceito Timing nasce em Quarteira
As novidades na Timing não se ficam pela abertura de novas delegações e já no início de Março abre um novo conceito associado à marca: o Timing Café. Situado na porta ao lado da delegação da Timing em Quarteira, na Avenida Dr. Carlos Mota Pinto, o novo conceito será um espaço onde a aposta passa por refeições rápidas e saudáveis e que servirá de apoio a quem espera por algum serviço no escritório da empresa.
“Estamos super entusiasmados, eu sempre disse que não iria investir na área da restauração, mas mordi a língua e agora aí vem o Timing Café”, conta Ricardo Mariano.
Sazonalidade continua a ser a principal causa da falta de emprego na região
“É gritante o número de ofertas de emprego que temos no Verão, a comparar com o resto do ano”, começou por referir Ricardo Mariano, que na Timing chega a ter mil trabalhadores em funções no Verão e cerca de 200 no Inverno.
“Cinquenta por cento do nosso volume de negócios está concentrado entre três, a quatro meses do ano, os restantes 50% nos outros oito, nove meses, isto explica tudo”, diz o detentor da empresa de trabalho temporário.
A “culpa”, garante o empresário, reside no facto de as pessoas esperarem que esteja sempre bom tempo na região. “Mas aqui às vezes também chove”, afirma.
Ainda assim o empresário considera que “as entidades competentes ligadas ao turismo e os próprios protagonistas do sector, os hoteleiros, já estão a trabalhar nisso”. “O Inverno já não é uma época assim tão crispada”, garante.
Por outro lado, o défice de transportes públicos na região são também “um imenso obstáculo”. “Se não déssemos transporte a uma parte dos nossos funcionários, sobretudo em sectores onde os salários são mais baixos, não conseguiríamos manter as pessoas a trabalhar”, salienta o empresário, que para o efeito já adquiriu três autocarros e 14 carrinhas que se dedicam exclusivamente ao transporte casa-trabalho/trabalho-casa de funcionários com postos de trabalho criados através da Timing.
O rosto por trás da Timing quer ser ‘o maior empresário do Algarve’
Ricardo Mariano, nascido e criado na cidade de Faro é o rosto por trás da Timing.
A empresa, que muitas pessoas pensam tratar-se de um franchising, foi criada pelo jovem, actualmente com 31 anos, cujo primeiro emprego foi precisamente numa empresa de trabalho temporário.
“Comecei a trabalhar com 18 anos na recepção de uma empresa de trabalho temporário. Quando terminei o 12º ano precisava mesmo de trabalhar, não havia outra hipótese, tinha de ajudar lá em casa”, conta o empresário que começou ‘do zero’.
Em 2003 o objectivo de Ricardo Mariano era “ter dinheiro para pagar a carta e para ajudar a mãe”, recorda.
“Nunca pensei que isto pudesse acontecer. As portas foram-se abrindo à conta de esforço e trabalho e eu sou muito grato por isso. Não sou nenhum iluminado, não sou melhor que ninguém, trabalho muito, dedico-me bastante, sou muito sério, não engano ninguém e isso alguma coisa deverá contar”, continua, admitindo que o facto de não ter tido uma infância de “dinheiro farto”, o faz ter uma sensibilidade diferente para a falta de emprego.
“Se alguém me aparece à frente a dizer que não tem dinheiro eu sei, efectivamente, o que é que isso é. Soube, felizmente hoje em dia já não sei. Se alguém me diz que vive numa casa que chove lá dentro, eu sei o que isso é, na minha casa chovia.
Eu conheço bem o que é não ter nada, ou ter muito pouco. Felizmente nunca me faltou comida, nunca mesmo, de modo nenhum, mas também nunca tive grandes condições”, contou ao nosso jornal, salientando que “ainda bem que assim foi”.
“Cresci a fazer as coisas por paixão. Nos meus negócios é o coração que está presente, não é a carteira. Se as minhas empresas têm que dar lucro? Claro que têm. Mas isso é o que vem por consequência daquilo que tu fazes, não pode ser o teu foco”, frisa o empresário.
Com uma vida preenchida, milhares de postos de trabalho criados, uma forte aposta na responsabilidade social, com a ajuda prestada a inúmeras instituições e pessoas individuais na região, Ricardo Mariano rege-se pelo lema “quanto mais a vida me der, mais eu irei partilhar”. E se há uns anos os objectivos não estavam traçados, hoje em dia o empresário sabe bem o que quer e, até completar 40 anos, o foco é ser “o maior empresário do Algarve”.
(Com Henrique Dias Freire)