O secretário de Estado da economia, João Correia Neves, visitou esta sexta-feira, dia 8 de março, as empresas SPAROS e Necton sediadas em Olhão, na sequência da iniciativa “Encontros para a Competitividade e Inovação”.
Este projeto dinamizado pelo Ministério da Economia em parceria com o IAPMEI tem percorrido todo o país e procura conhecer de perto as realidades de empresas de referência, assim como evidenciar as melhores práticas da região do Algarve.
A SPAROS é uma spin-off do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve que se foca no desenvolvimento de novos produtos, nomeadamente rações para aquacultura, ou seja, alimento para os peixes de aquacultura.
Expansão e inovação são objetivos da SPAROS
Estando no quadro de inovação tecnológica, a empresa tem planos futuros para a continuação do crescimento. “É uma fábrica-piloto, a uma escala pequena, mas representativa daquilo que é a realidade do mundo das rações de aquacultura”, mencionou Jorge Dias, um dos sócios da empresa. Acrescentou ao POSTAL que pretendem “desenvolver um software com algoritmos matemáticos que implica conhecer muito bem a nutrição e o metabolismo do peixe, para que se consiga simular alguma alteração na ração e prever qual seria o impacto no peixe, pois não nos podemos afastar daquilo que são as características benéficas do peixe para a saúde humana. Por outro lado, estimar todo o impacto ambiental associado a isso.”
Já a Necton tem uma unidade de negócio relacionada com a produção e comercialização de sal marinho tradicional, a flor de sal, e uma outra ligada a micro-algas para aquacultura, aquários e cosmética.
A empresa tem a certificação de qualidade, de nível mais elevado, para produção de produtos alimentares na Europa e é uma empresa pioneira no negócio das algas, que exporta para a Coreia do Sul, Canadá e Europa. Desta forma, a empresa tem objetivos delineados acerca do seu crescimento.
Dificuldades foram expostas ao secretário de Estado
João Navalho, empresário da Necton, disse ao POSTAL “temos marcas que já são reconhecidas internacionalmente; temos capacidade organizativa para exportar e toda a logística montada no sítio; não temos tido dificuldade em vender; agora, temos tido dificuldade, de facto, em ter áreas para explorar. Não temos áreas para explorar! Outro assunto que nos preocupa é o ambiente. Precisamos da água do mar para fazer sal alimentar, portanto para nós é um ponto crítico. Precisamos de uma água do mar limpa para fazer crescer as algas.”
No final do encontro, em relação à sua visita ao sul do país, o secretário de Estado da economia refere que, “a visita correu muito bem porque tenho visto empresas com características inovadoras e que tem uma estratégia clara de apostar no conhecimento e a partir dele construir produtos e serviços, não apenas para mercado interno, mas também para os mercados relevantes. Tive também uma conversa muito interessante com a AMAL e com os presidentes da câmaras da região, retificando aquilo que são os aspetos mais interessantes nas perspetivas de desenvolvimento da região.”
(Eunice Silva / Henrique Dias Freire)