Os presidentes das Câmaras de Vila Real de Santo António e Castro Marim, o presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e o secretário de Estado do Mar participaram, na passada sexta-feira, na inauguração do Projecto de Navegabilidade do Rio Guadiana, entre Alcoutim e Vila Real de Santo António.
A melhoria da navegabilidade do Guadiana representou um investimento de 600 mil euros e permitiu a implementação de um canal navegável com uma largura mínima de 30 metros e uma cota de serviço de dois metros.
Com esta intervenção, o rio passa a ser navegável, em segurança, 24 horas por dia, permitindo a circulação de embarcações com 70 metros de comprimento, 1,80 metros de calado e 1,20 metros de boca, o que corresponde às dimensões das marítimo-turísticas.
Os trabalhos contemplaram o assinalamento marítimo de todo o canal e envolveram a colocação de uma centena de balizas, a instalação de 100 lanternas e 100 alvos, bem como a regularização dos fundos, o que obrigou à remoção de cerca de 5000 metros cúbicos de sedimentos.
Obra representa a concretização de uma ambição com mais de 30 anos
Para Luís Gomes, presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, “a obra reveste um carácter histórico e representa a concretização de uma ambição com mais de 30 anos”.
“Cabe agora aos municípios do Baixo Guadiana tirar partido da navegabilidade do Guadiana, desenvolvendo a sua envolvente, de forma a potenciar a actividade marítimo turística. No caso de Vila Real, a intervenção contribuirá igualmente para potenciar a requalificação da frente ribeirinha da cidade”, prossegue o autarca.
De acordo com o secretário de Estado do Mar, Pedro do Ó Ramos, “depois de concluída a etapa entre Vila Real e Alcoutim, será entregue, em Dezembro, a candidatura para avançar com a navegabilidade até ao Pomarão, permitindo a criação de uma via marítima segura entre o Algarve e o Alentejo”.
A obra de navegabilidade do Guadiana dá seguimento à intervenção já concluída na barra, junto a Vila Real. Avaliados em 850 mil euros, estes trabalhos devolveram uma profundidade mínima de 3,5 metros à foz do rio.
A dragagem da barra incidiu numa zona de 1.250 metros de comprimento por 60 metros de largura, tendo sido retirados cerca de 63 mil metros cúbicos de sedimentos do fundo do rio, que foram utilizados para realimentar as praias mais próximas da foz.
A obra de navegabilidade do Guadiana foi financiada pelo Programa Europeu de Cooperação Transfronteiriça Espanha – Portugal (POCTEP), em Portugal conduzido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, sendo 25% do valor da responsabilidade do Estado Português.