O clima de insegurança em destinos turísticos concorrentes do Algarve tem vindo a canalizar clientes para esta região, cujas reservas antecipadas registam este ano uma subida superior aos 15%, face a 2015, disse o presidente do Turismo do Algarve.
“Há uma percepção de que há mais gente a querer vir e há preocupação em fazer reservas mais cedo”, prevendo-se poucas promoções, disse Desidério Silva à Lusa, sublinhando que “havendo procura ninguém vai baixar preços, antes pelo contrário”.
A situação está a superar as expectativas dos agentes do sector turístico da região e faz antecipar mais receitas, porque os hoteleiros deixam de ter necessidade de fazer promoções e, em alguns casos, podem até subir alguns preços.
O administrador do grupo algarvio Garvetur/Enolagest SGPS, detentor de 38 empresas de serviços ligados ao turismo, desde o alojamento às limpezas, do aluguer de carros ao sector imobiliário, confirmou este cenário.
Os resultados do grupo nos primeiros dois meses de 2016 apontam para mais 15% de reservas no arrendamento turístico face a 2015 e um crescimento na ordem dos 25% no segmento da mediação imobiliária, contou Reinaldo Teixeira.
“A questão da segurança é um factor determinante e um bem cada vez mais escasso no mundo”, afirmou Reinaldo Teixeira, convicto de que a segurança vivida na região ajuda na hora de marcar férias.
Algarve afirma-se como destino de referência
Desidério Silva, por seu turno, considerou que as previsões positivas para o próximo Verão são o reflexo do contexto internacional, mas também o resultado de um trabalho de afirmação da região do Algarve como destino de referência, tanto pela qualidade de serviços como pela segurança, saúde, entre outros aspectos.
Reinaldo Teixeira admitiu que este aumento turístico vai permitir mostrar a beleza da região, a qualidade de vida que é possível, elementos que, somados a alguns benefícios fiscais existentes para residentes estrangeiros, podem atrair novos clientes para o sector imobiliário e entusiasmar o sector.
O empresário disse acreditar que a crise dos últimos anos deixou o sector imobiliário da região mais cauteloso, debruçando-se mais sobre a venda dos imóveis existentes e não tanto na construção, havendo neste momento menos imóveis disponíveis do que no passado.
“Começa a haver nova procura para voltarem a fazer investimentos e, como na parte do alojamento, quando não há oferta, começam a aumentar os preços e hoje os preços estão a aumentar e espero que aumentem de uma forma sólida e sustentável”, desejou Reinaldo Teixeira.
(Agência Lusa)