A criação de uma Área de Reabilitação Urbana (ARU) na baixa de Tavira permitiu à autarquia obter fundos para requalificar o centro histórico e alavancar três milhões de euros de investimento imobiliário privado, anunciou hoje o presidente da Câmara.
Jorge Botelho disse à Lusa que, desde a criação da ARU, em 2014, a Câmara de Tavira se candidatou a fundos comunitários para investir cerca de um milhão de euros na requalificação de ruas, acessibilidades, fachadas de igrejas ou para dar “um ar reabilitado e limpo” ao centro histórico. Ao aperceberem-se destas alterações, “os privados começaram a comprar casas” e geraram três milhões de euros em investimento.
“Fizemos uma primeira avaliação do trabalho dos primeiros anos da ARU: um milhão de euros de investimento público, que na prática é em recuperação de ruas, praças, etc.”, afirmou o autarca, frisando que “na área privada houve uma grande surpresa”, porque, “com incentivos na área da ARU de 70 mil euros”, foi possível ir “buscar cerca de três milhões de euros de investimentos”.
O presidente da Câmara de Tavira frisou que se assistiu no município a “uma variedade enorme de pinturas, requalificações, trabalhos nas igrejas, nos museus, para dar um ambiente limpo e cuidado ao centro histórico”, onde também se tem apostado em manter as “igrejas abertas todo o ano”, como forma de captar mais visitantes e “criar um roteiro cultural” na vertente dos templos religiosos e museus.
“Ao mesmo tempo, o imobiliário também mexeu e, aproveitando a área de reabilitação urbana, os privados começaram a aperceber-se que havia intervenções nas ruas, nas praças, havia pavimentos novos, olharam para o centro histórico, viram que começava a ficar branco e requalificado e resolveram comprar casas”, admitiu Jorge Botelho.
Há uma tendência de ocupação imobiliária no centro da cidade
O autarca destacou que se está a verificar uma tendência de ocupação imobiliária no centro da cidade algarvia e, “cada vez mais, há menos casas no centro histórico para recompor” e “muitas delas, que ainda não começaram as obras, já foram compradas por promotores privados”.
As obras de requalificação do centro histórico prosseguem com a reabilitação da rua do antigo mercado, na zona ribeirinha de Tavira, e o autarca adiantou que “falta agora fazer a ligação entre essa zona da cidade e a das Quatro Águas” e o porto de pesca, que tem vindo a ser sucessivamente adiado pelo poder central e que está agora a ser novamente alvo de conversações com o executivo de António Costa.
“Sempre dissemos que Tavira tinha de se virar para o seu rio e para o mar. Obviamente, isto levou algum tempo, porque primeiro tivemos de fazer os projectos e depois tivemos de ter fundos para nos candidatarmos. Mas, conseguimos programar, fazer com que a Polis assumisse os projectos de requalificação das Quatro-Águas e agora estamos a concluir esta grande revolução que está a acontecer no espaço público”, considerou.
Jorge Botelho adiantou que ficará a faltar “uma terceira fase” de requalificação da frente ribeirinha, para ligar a o centro da localidade e a zona das Quatro-Águas.
(Agência Lusa)