O diretor do Conselho Norueguês dos Produtos do Mar (NSC) — país de origem de 70% de todo o bacalhau consumido em Portugal —, garante que o consumo deste produto “tem sido estável” nos últimos anos e assegura que não haverá escassez de produto durante a época natalícia.
Em resposta à agência Lusa, Johnny Thomassen, responsável da NSC para Portugal, sublinhou como “o bacalhau tem um estatuto único na gastronomia portuguesa, representando nos últimos anos um consumo médio anual de 70 mil toneladas, o que significa sete quilogramas ‘per capita’. Este peso em bacalhau salgado seco corresponde a 20 kg de bacalhau fresco”, indicou.
Só na consoada, estima-se que sejam consumidas entre quatro e cinco mil toneladas de bacalhau da Noruega. Mas Johnny Thomassen contrariou o que classificou como “notícias alarmistas”, garantindo que não vai faltar bacalhau no Natal, apesar de ressalvar que existem alguns constrangimentos.
“Eventualmente, alguns produtores ou retalhistas mais pequenos podem ficar sem ‘stocks’ ou não terem todos os calibres disponíveis. Contudo, esta situação será a exceção e não há qualquer risco de faltar bacalhau”, vincou.
O preço, por seu turno, subiu ligeiramente na origem e em loja, mas não é expectável que aumente substancialmente.
“Os retalhistas sabem que o bacalhau é muito importante para atrair os clientes para a loja e, nesse sentido, apostam bastante em promoções nesta categoria. Por exemplo, em média, 67% das vendas de bacalhau são feitas em promoção”, disse.
Porém, Thomassen avisou que, no início do próximo ano, é “possível que se verifique uma subida dos preços” e que podem faltar alguns calibres nas lojas mais pequenas, situação que deverá estar normalizada até à Páscoa.
O NSC é uma empresa pública subordinada ao Ministério da Pesca e Assuntos Costeiros da Noruega, financiada pela indústria através de taxas sobre todas as exportações dos produtos do mar daquele país.