O calor e seca extrema, muitas ruturas nas cadeias de abastecimento, um aumento da procura e a subida do custo da energia criaram uma “tempestade perfeita” que já afeta boa parte dos bens que compramos, por exemplo, na mercearia.
Cereais de pequeno-almoço, massas, óleo, azeite ou carne já estão mais caros. O pão, café, ovos e conservas subiram em alguns casos, mas devem ter aumento mais generalizado. Em 2022 pode ser ainda pior
Se ainda não está a pagar mais pelo pão que habitualmente compra, é provável que dê conta da subida nos próximos meses. É que o padeiro está a pagar mais 30% pelas farinhas compradas às fábricas de moagem, que, por sua vez, estão a importar o trigo com um custo que chega a ser 50% mais alto, em parte porque duplicou o frete de um navio para transporte dos cereais.
E tanto o padeiro como a moagem viram disparar a conta da energia, essencial para manter fornos acesos e máquinas a funcionar, e pagam agora bem mais pelos combustíveis para transportarem a mesma quantidade de farinha e pão.
Contas feitas, o aumento de custos na origem está a chegar ao destino: o consumidor.
A história repete-se com outros produtos, como os ovos, porque ficou mais caro pagar os materiais para os embalar e os cereais para alimentar as galinhas, ou as conservas, porque o preço dos óleos e azeites duplicou, o do alumínio para as latas disparou (e deve subir ainda entre 30% e 50%) e o cartão já aumentou três vezes.
Por isso já há ovos e latas de atum mais caras no mercado. “Ninguém vai aguentar 2022 sem acertos nos preços”, diz José Freitas, à frente da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe.
– Notícia do Expresso, jornal parceiro do POSTAL