As insolvências em Portugal caíram 14% em 2019, comparativamente ao ano anterior, mas o país apresenta um dos níveis mais elevados da Europa, com os seus 211 pontos, diz o Economic Outlook da Crédito Y Caución, avança o Expresso.
No ano passado, os números apontam para 5.071 insolvências, menos 817 empresas do que em 2018, mas os 211 pontos do país ainda multiplicam por dois os níveis de pré-crise, afirma o relatório da seguradora de crédito, apontando para “uma estagnação”, nos 207 pontos, em 2020, o que significa que “a economia portuguesa manterá níveis mais elevados do que os países vizinhos, à frente de Itália (185), Reino Unido (119), França (109) ou Alemanha (67), mas também dos Estados Unidos (85) e Japão (61). Apenas Espanha, com 541 pontos, supera estes níveis.
No mapa nacional, o Porto é o que apresenta valores mais altos (1.228 insolvências), seguido de Lisboa (1.042), mas os dois distritos apresentam quebras de 12,3% e 33%, respetivamente.
Dos 22 distritos portugueses, 17 registaram quebras, com destaque para os 40,6% de Castelo Branco e os 35,8% de Vila Real, mas quatro tiveram aumentos: Coimbra (0,6%), Faro (2,6%), Aveiro (4,5%) e Braga (24%). Viseu manteve um desempenho sem variações, com 112 registos.
TELECOMUNICAÇÕES LIDERAM FECHOS
Os sectores com agravamento nas insolvências foram as telecomunicações (20%), agricultura e pescas (8,2%) e indústria transformadora (7%). Em sentido contrário, avançou a indústria extrativa (50%), eletricidade, gás e água (39,1%), comércio por grosso (22,5%), outros serviços (21,9%) e comércio a retalho (21,7%). Na construção e obras públicas a quebra é de 15,9% e na hotelaria e restauração é de 18,2%.
O estudo também faz as contas à constituição de novas empresas: em termos homólogos há um aumento de 8,4%, correspondente a 49.193 empresas, mais 3.807 do que em 2018. Lisboa lidera aqui, com 16.691 registos (+5,4%), mas os maiores crescimentos foram na Horta (33,3%), Castelo Branco (23,9%) e Bragança (20%). Já o Porto, com 8.966 constituições, cresceu 9,6%.
Mas também há descidas, designadamente em Évora (3,9%) e Portalegre (0,7%).
Por sectores, os aumentos mais significativos foram registados nos transportes (11,8%), eletricidade, gás e água (59,5%) e indústria extrativa (33,3%). A indústria transformadora regista um incremento de 0,4%, noticia o Expresso.