A construção do novo aeroporto em Lisboa é “urgente”, numa fase em que o turismo começa a recuperar da paralisação gerada pela pandemia. O apelo é dos hoteleiros presentes no 32.º congresso nacional da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), “O Turismo tem Futuro “, que decorre até sexta-feira em Albufeira.
“As acessibilidades aéreas são o nó górdio do turismo nos próximos anos. Quando o Governo faz um plano de crescimento do turismo até 2027 sem atender à construção de um novo aeroporto, não é consistente”, sublinhou Raul Martins, presidente da AHP. “Com as infraestruturas aeroportuárias que temos, não podemos ter mais turistas do que tivemos em 2019”, frisou o responsável.
“O aeroporto está pior do que as obras de Santa Engrácia, pois nem sequer está aprovado “, lembrou Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo Vila Galé. “Se o ridículo matasse, estávamos todos mortos neste país por causa da história do aeroporto.”
“Sem aeroporto não chegamos aos 27 milhões de turistas previstos no plano estratégico. Esta novela do aeroporto tem de terminar “, reiterou Manuel Proença, presidente do grupo Hoti.
ESCOLHA ENTRE MONTIJO E ALCOCHETE NÃO É DETERMINANTE
O défice de acessibilidades aéreas e a falta de mão-de-obra são os “problemas mais prementes” que se colocam ao turismo nesta fase de retoma, e “a tarefa de recuperação do turismo exige esforços adicionais que envolvem todos, empresas, Estado e instituições internacionais “, sublinhou Raul Martins.
Para a AHP “é importante que a solução seja de Portela +1, uma vez que não podemos perder a vantagem estratégica de ter um aeroporto junto à cidade, é relevante para quem vem de voos da Europa de médio curso”, explicitou Raul Martins.
Escolher entre Montijo e Alcochete “não é determinante ” para a associação hoteleira, que se assume mais favorável à opção do Montijo, por ser “mais barata”.
“É possível ter o aeroporto pronto em 2025, se me dessem essa ‘task force’ eu conseguia”, garantiu o presidente da AHP.
Segundo Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, o aeroporto é uma questão distinta de se cumprirem as metas do plano estratégico para 2027, que apontam para 27 milhões de turistas. “O aeroporto é essencial, mas há margem para crescer nos cinco aeroportos nacionais, temos estado atentos a novas oportunidades, e estas também estão atentas a nós”, assegurou.
– Notícia do Expresso, jornal parceiro do POSTAL