O anúncio foi feito pelo CEO do grupo – que encerrou todas as unidades hoteleiras devido à pandemia de covid-19 – no seminário ‘online’ “E agora? Turismo: a reinvenção de um setor”, promovido pela Nova School of Business & Economics (Nova SBE).
“Estamos a preparar tudo para em junho começarmos a abrir algumas unidades hoteleiras”, disse José Theotónio, esclarecendo que se tratam de 10 unidades: seis pousadas e quatro hotéis.
“É claramente um teste ao mercado nacional”, acrescentou.
Para aquele administrador, a reabertura faseada só funcionará se se puder aproveitar o verão e isso vai depender de regras claras para utilização de piscinas e praias.
“Há restrições, mas não vamos transformar os hotéis, piscinas e praias em sítios interditos nem em hospitais”, defendeu o CEO do grupo hoteleiro.
Se passar no primeiro teste, o grupo poderá abrir mais 10 unidades em julho, que podem ser em Portugal ou no estrangeiro.
José Theotónio esclareceu que se tratam de pequenas unidades, onde será mais fácil respeitar a recomendação de distanciamento social.
No entanto, o empresário sublinhou que o mercado interno representa uma pequena parcela da atividade do grupo, ou seja, a retoma da atividade vai depender dos mercados internacionais.
“Excetuando Espanha, sem transporte aéreo não há turismo em Portugal”, considerou.
O CEO disse ainda acreditar que a retoma da atividade vai ser muito gradual e que, para se atingirem os níveis no ano passado, serão precisos entre 18 a 24 meses, “nunca menos”.
“No melhor cenário que temos, em setembro estamos em cerca de 50% da nossa capacidade”, adiantou.
Quanto a possíveis despedimentos, José Theotónio defendeu que as empresas com “mais músculos” devem ser chamadas a ter “responsabilidade social”, mantendo os postos de trabalho, que, disse, serão uma mais-valia em termos de formação e competências no momento da retoma.
O “Grande Confinamento” levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.
Já a Comissão Europeia estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia da covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%.
Para Portugal, Bruxelas estima uma contração da economia de 6,8%, menos grave do que a média europeia, mas projeta uma retoma em 2021 de 5,8% do PIB, abaixo da média da UE (6,1%) e da zona euro (6,3%).