De uma forma simples, a Ria Formosa estende-se ao longo de 57 km, entre a península do Ancão, no concelho de Loulé, e a Manta Rota, já no concelho de Vila Real de Santo António, e é delimitada “exteriormente” pelas chamadas ilhas-barreira: Faro, Culatra, Armona, Tavira e Cabanas.
Em tempos, a Ria Formosa era a casa da maior comunidade do mundo de cavalos-marinhos. Em 2019 foi feito um alerta para necessidade de preservação do símbolo maior deste paraíso algarvio e, já este ano, foi publicado o Plano de Salvaguarda do Cavalo-Marinho, com a criação de áreas de refúgio onde os usos e atividades humanas são restringidos ao máximo, incluindo o turismo.
Ria Formosa. Foto D.R. Nuno Augusto / Turismo do Algarve
Com todos os cuidados, várias empresas organizam passeios para a observação dos cavalos-marinhos, sem garrafas de oxigénio, apenas com óculos e um tubo de respiração e, todo o cuidado e paciência, já que esta espécie confunde-se com o fundo arenoso da ria e o movimento da areia. A Passeios Ria Formosa (Tel. 962156922), a Rota das Ilhas (Tel. 918707405) ajudam a concretizar esta experiência única (desde €35), com duração de duas a três horas. Outra forma, menos intrusiva, de apreciar a beleza destes animais, bem como ficar a conhecer, na plenitude, as características, fauna e flora da Ria Formosa, pode ser feita no Centro de Ciência Viva de Faro (Tel. 289890920). Aqui, existem três grandes aquários, com cerca de 4200 litros de água salgada, onde podem ser vistos também outros habitantes da ria, entre algas, moluscos e peixes.
Passeios Ria Formosa. Foto D.R.
Já com a Solar Moves (Tel. 924369172), com bases em Cabanas e em Tavira, pode conhecer a ria praticamente sem interferir com o quotidiano de algumas das mais de 200 espécies de aves, incluindo flamingos e a Galinha-sultana, que está ameaçada de extinção. A razão é simples: a empresa usa barcos movidos 100% a energia solar nos vários passeios (desde €40).
Para além de diversos passeios de barco, a empresa assume a vocação ecológica e promove caminhadas de baixa dificuldade para conhecer a biodiversidade da ria, mas também pontos de interesse de património e culturais, desde as salinas aos museus de Tavira. O objetivo é simples: sair da estrada e conhecer as joias da Ria Formosa. Para abordagens mais independentes a todo o universo deste parque natural pode alugar um caiaque individual ou de dois lugares (desde €35) por duas horas, meio-dia ou um dia inteiro, e sair, a partir de Faro, e sair à descoberta. A Lands – Turismo de Natureza (Tel. 914539511) até fornece barris estanques para poder guardar todos os pertences e aproveitar ao máximo a ria e a praia.
Este Passeio Verde foi realizado em parceria com Volvo – Carro Oficial Boa Cama Boa Mesa. Foto D.R.
Ilhas e praias desertas
Existem dezenas de passeios para conhecer a Ria Formosa, mas garantidamente que um dos mais amigos do ambiente é em cima de uma prancha de stand up paddle. A partir de Faro, a Algarve SUP (Tel. 936735778) tem tudo o que precisa para um dia divertido, desde o instrutor/ guia até ao equipamento. Com a Natura Algarve (Tel. 918056674), que tem pontos de informação e venda de passeios em Olhão e Faro pode agendar uma saída de barco ao longo da costa para observação de golfinhos (desde €45), com possibilidade de, ao longo da viagem, se cruzar com diversas aves marinhas, tartarugas, peixes-lua e atuns.
A partir de Faro ou de Olhão são várias as ligações marítimas para as ilhas-barreira (Barreta, Culatra, Armona, Tavira e Cacela), que são outras das imagens de marca da Ria Formosa. A ilha da Barreta ou Deserta fica a 20 minutos de barco e a Animaris (Tel. 918779155) tem carreiras regulares (a partir de €5). Não deixe de visitar a aldeia de Hangares e descubra a razão de tal nome. É também desde Olhão que pode aceder à ilha da Armona, com praias de bandeira azul, do lado da ria e do lado do mar.
Desde o centro de Tavira, ainda no rio Gilão, pode rumar até à ilha com o mesmo nome numa rota que parece serpentear até chegar ao novo cais. Para chegar ao areal, com 11 km, e às famosas águas cristalinas e tépidas é preciso fazer uma pequena caminhada, através de um pinhal, onde ainda é possível observar camaleões (uma espécie em risco), casas de veraneio, que podem ser alugadas, bares, restaurantes e um parque de campismo. A cerca de 1 km da última concessão de toldos da praia do Barril, para poente, encontra o areal selvagem do Homem Nu, oficialmente reconhecida como naturista, a par da Barreta.
Salinas do Grelha. Foto D.R.
Aprecie o caminho ao longo da EN 125 em direção a Olhão em busca das Salinas do Grelha (tel. 967753496) para descobrir um lago com 2000 m2 ao qual chamam “Mar Morto”, ao apresentar uma concentração de sal equivalente à existente em Israel. Pode optar por um banho (a partir de €7), mas há ainda, de maio a outubro, visitas guiadas pelas salinas e passeios pedagógicos. Para uma perspetiva diferente das salinas use a bicicleta e percorra o Trilho do Ludo Salinas, entre o Monte Negro e a Quinta do Lago. É um percurso misto com quase 8 km e que passa pelo sapal, com observação da fauna e da flora, e passagem junto às salinas.
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Notícia exclusiva do “Boa Cama Boa Mesa” do nosso parceiro Expresso