A agência Lusa esteve hoje na praia de Monte Gordo, um dos areias do Algarve com maior capacidade para receber banhistas com as atuais regras sanitárias devido à pandemia de covid-19, com 12.600 utentes, e falou com empresários que operam na zona balnear, que disseram já só contar com os mercados português e espanhol para conseguir que o verão seja, “pelo menos, como o do ano passado”.
Marta Uva é gerente do restaurante de praia de uma unidade hoteleira junto à praia e disse à Lusa que “o verão do ano foi mau, mas não tanto como esperado”, e a época alta foi salva “só à base de portugueses e espanhóis”, situação que espera poder, “pelo menos, repetir-se este ano”, embora a época balnear ainda esteja no início (01 de junho a 30 de setembro).
“Este ano só temos trabalhado ao fim de semana, e com portugueses e espanhóis. Estrangeiros são muito poucos”, afirmou Marta Uva, frisando que o feriado de hoje e da próxima quinta-feira, que permite a realização de “pontes” e uma maior afluência de pessoas, fez aumentar as reservas no hotel Vasco da Gama, com “ocupações previstas de cerca de 80%”.
Quanto a outros estrangeiros, a mesma fonte disse que “não há praticamente nenhuns”, quando em anos anteriores à pandemia “isto já estava cheio de ingleses, holandês e alemães”, contrapôs.
João Faria gere uma zona de aluguer de sombrinhas e toldos e também disse que atualmente “praticamente só se veem apenas portugueses e espanhóis” na praia de Monte Gordo, que cerca das 10:00 estava como uma ocupação baixa, segundo o sítio da internet Info Praia, que mostra a ocupação em tempo real nas praias portuguesas.
“Para julho e agosto já temos muitas reservas, mas hoje ainda só aluguei uma a um italiano”, afirmou o empresário, que tinha a sua zona praticamente vazia, enquanto as zonas destinadas aos chapéus privados e gratuita apresentava uma ocupação visivelmente maior.
Questionado sobre o que espera para o mês de junho, João Faria respondeu que “é uma incógnita”, mas espera que “estes fins de semana, com as ‘pontes’, mexam um bocado graças aos turistas portugueses e espanhóis”.
Uma das turistas, a espanhola Inma Echevarria, disse ter vindo da zona norte de Huelva para uma casa particular em Monte Gordo, onde planeia estar pouco mais de uma semana de férias para “sair da rotina” e “descansar um pouco” do trabalho.
“Chegámos ontem (quarta-feira) e vamos embora no dia 13, está um pouco de vento, fresquinho, mas mesmo assim não podíamos deixar de vir à praia, apanhar um pouco de sol e esquecer um pouco este último ano de pandemia”, afirmou, acompanhada pelo marido, dois filhos e uma sobrinha.
Sobre as medidas sanitárias em vigor até à chegada ao areal, como a distância de segurança ou o uso da máscara, Inma Echevarria disse que “não sabia que era obrigatório”, mas considerou que é “necessário” nos acessos, porque no areal “há espaço suficiente para as pôr nas toalhas e garantir o distanciamento” sem máscara.
Paula Costa é da zona do Porto e contou que chegou a Monte Gordo no dia 01 para passar 15 dias de férias, aproveitando os feriados de hoje e 10 de junho.
“Vim com o meu marido e os meus cunhados e escolhemos esta zona e esta altura do ano porque pensamos que havia menos gente logo no início de junho. O tempo tem estado um bocadinho ventoso, mas nada que não se suporte e que não nos deixe passar umas boas horas de sol”, acrescentou.