Segundo dados recolhidos no ano que findou, verifica-se nos nossos dias um aumento elevado da fragilidade financeira das famílias algarvias.
De facto, registam-se actualmente “mais de uma centena de sem-abrigo e aproximadamente cinco mil pessoas com carências económicas na região, o que revela uma deterioração da situação face a 2014”, revela a DECO Algarve em comunicado de imprensa enviado à nossa redacção.
A maior parte desta população é constituída por pessoas em idade activa e actualmente desempregadas. Conforme salienta aquela associação, “o aumento, bastante elevado e repentino, da população sénior que evidencia carências económicas, principalmente devido ao apoio prestado aos seus filhos, em muitos casos desempregados ou sobre-endividados, a quem oferecem apoio financeiro, habitação ou mesmo a responsabilização pelo pagamento de dívidas, enquanto fiadores”.
De acordo com o panorama nacional, o fenómeno do endividamento das famílias revela-se transversal e independentemente de níveis de rendimentos ou habilitações literárias, verificando-se inclusivamente o aumento do número de famílias em situação económica fragilizada que anteriormente integravam a classe média ou a classe média alta da sociedade.
Desta forma, e no sentido de evitar consequências financeiras desastrosas, os consumidores algarvios endividados ou em risco de endividamento podem recorrer ao Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS) da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), na sua delegação do Algarve, sita na Rua Dr. Coelho de Carvalho, n.º 1 C, em Faro.
“O apoio prestado pelo GAS é direccionado às pessoas em situação de dificuldade financeira que se encontrem incapacitados de fazer face às suas dívidas devido a situações de carácter involuntário, tais como desemprego, cortes salariais ou quebra de rendimentos, doença prolongada ou acidente e alteração do agregado familiar”, informa a DECO.
Este apoio destina-se “apenas a pessoas singulares (consumidores e suas famílias), com manifesta impossibilidade de fazer face ao conjunto das suas dívidas não profissionais. As dívidas não profissionais podem ser definidas como as que resultam dos compromissos financeiros assumidos junto das entidades de crédito (bancos ou entidades financeiras) ou de outros credores (fornecedores de electricidade, gás, água, telecomunicações, etc.)”, acrescenta.
O apoio prestado pelo GAS procura assegurar a prevenção do sobreendividamento, a reabilitação da situação socioeconómica do sobre-endividado e a orientação económica do consumidor.