Os carteiros de Faro vão realizar uma greve parcial de duas horas entre 17 e 21 de janeiro, que poderá ser desconvocada dia 14, em novo plenário, caso a reivindicação de contratar mais profissionais seja satisfeita, disse hoje fonte sindical.
Os trabalhadores do Centro de Distribuição Postal (CDP) de Faro tinham marcado um plenário para quarta-feira para decidir sobre a prossecução de uma greve que estava planeada para dia 10, mas o cumprimento de quarentenas devido à pandemia de covid-19 junto de elementos do sindicato adiou a reunião de trabalhadores para hoje e alteração da greve para entre 17 e 21, para permitir o cumprimento dos prazos legalmente previstos, justificou o sindicalista.
Jorge Costa, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), explicou à agência Lusa que, para a greve se realizar no dia 10, teria de ter sido convocada na quarta-feira, mas como o plenário só foi realizado hoje de manhã, foi necessário encontrar outra data para a paralisação, tendo os trabalhadores decidido que vão para a greve entre as 08:30 e as 10:30, de 17 a 21 de janeiro.
A mesma fonte frisou que, desta forma, é também dado tempo à empresa CTT para responder à reivindicação dos trabalhadores, que “exigem a contratação de mais seis profissionais” para a distribuição postal em Faro, que é assegurada por 31 pessoas, 21 das quais participaram no plenário de hoje.
“O plenário de dia 14, que é a sexta-feira antes do início da greve, no dia 17, será decisivo para decidir se a greve é mesmo realizada ou desconvocada”, disse o dirigente nacional do SNTCT, em declarações à agência Lusa.
Jorge Costa explicou que, “em Faro, foram eliminadas seis áreas de distribuição” e “diminuídos os números de giros”, sobrecarregando o trabalho dos carteiros, que passaram a ter “mais ruas e mais correspondência para distribuir” e “muitas vezes não conseguem completar o trabalho”.
“Isto faz com que fiquem cartas por distribuir, incluindo correio registado”, lamentou o dirigente do SNTCT, que reivindica a “contratação de mais seis profissionais” e exige “respeito pelos trabalhadores e pela população”, que também é “penalizada com o atraso na distribuição”.
A situação “é ainda agravada quando algum trabalhador se ausenta”, acrescentou, sublinhando que a entrega de cartas “fora do prazo acontece todos os dias”.
Jorge Costa disse ainda que, caso a greve seja confirmada em plenário no dia 14 de janeiro, os carteiros de Faro e as organizações sindicais vão realizar concentrações nos dias da paralisação em zonas de maior circulação na cidade de Faro.
“Vamos também entregar folhetos à população, para que perceba o que está em causa”, acrescentou o dirigente do SNTCT, lamentando que os trabalhadores sejam “confrontados e enxovalhados” pelos utentes devido aos atrasos registados na distribuição.