A Câmara de Faro congratulou-se esta quarta-feira por ter fechado 2016 “sob o signo da recuperação” financeira e ter conseguido reduzir dívida, alcançar uma “elevada taxa de execução”, acabar com dívidas de curto prazo e reduzir prazos de pagamento.
O executivo presidido por Rogério Bacalhau (PSD) fez hoje um balanço dos dados que já conhece do desempenho financeiro e económico do município no ano passado e referiu que a câmara paga hoje tudo “no tempo e procedimentos certos” e tem a dívida de médio e longo prazo no “valor mais baixo dos últimos 10 anos” – 33,4 milhões de euros.
“Em 2015, este valor ficou em 39,8 milhões e, em 2014, em 44,4 milhões de euros. Feitas as contas, nos últimos dois anos, foi possível abater à dívida de médio e longo prazo um total de aproximadamente 11 milhões, o que muito se deve ao esforço e à compreensão dos farenses, a quem a autarquia presta justo reconhecimento”, saudou a autarquia num comunicado.
O prazo médio de pagamentos desceu “de 71 para cerca de 60 dias” e de são “já longínquos os dias em que o município pagava a mais de 300 dias”.
Além da recuperação financeira, a Câmara de Faro destacou o comportamento “muito positivo” da economia do concelho, que registou um crescimento de cerca de 44% face a 2015 no Imposto Municipal sobre Transações Onerosas de Imóveis (IMT).
“Assim, em 2016 o município recolheu 4.734.842,06 euros, contra os 3,3 milhões apurados em 2015. Este é um indicador da recuperação do setor imobiliário do concelho que, durante anos, revelou estagnação ou crescimentos anémicos”, salientou a autarquia algarvia.
A Câmara de Faro apontou também a taxa geral de Derrama como um dos dados que espelham a melhoria do comportamento económico, ao registar “uma performance superior face ao ano anterior em cerca de 73%”.
“Com este imposto municipal que incide sobre o lucro tributável das pessoas colectivas, a autarquia recolheu 2.085.451,86 euros no ano de 2016. Em 2015 esta taxa permitira recolher cerca de 1,2 milhões de euros”, acrescentou.
A autarquia enalteceu ainda a “taxa de execução da receita, que, desta vez, foi superior a 100%, tendo-se fixado nos 101,86%”, um valor que considerou ser “historicamente elevado, num município em que os documentos previsionais raramente expressavam rigor e adesão à realidade”.
O presidente da Câmara, Rogério Bacalhau, considerou que estes dados são um “sinal evidente de que a política económica e financeira que tem sido seguida, não só no exercício que ora finda, mas desde o ano de 2009, tem sido a mais adequada”, apesar de representar “uma terapia necessariamente dura”.
O autarca recordou o Plano de Reequilíbrio Financeiro aprovado em 2010 e que serviu, disse, “para resgatar a edilidade da penumbra e da dívida gigante que parecia insanável”.