O presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, defendeu, em Bruxelas, na Comissão de Política Social, Educação, Emprego, Investigação e Cultura (Sedec) do Comité das Regiões, a necessidade de tomar medidas urgentes para combater o desemprego de longa duração na União Europeia, nomeadamente nas camadas etárias mais jovens.
De acordo com Luís Gomes, “os efeitos da crise têm-se repercutido fortemente nos jovens, pelo que as transições do ensino para o mercado de trabalho se têm tornado cada vez mais complexas e marcadas por uma forte instabilidade, em especial na obtenção do primeiro emprego”.
“Hoje, temos um conjunto significativo de jovens, alguns com mais de 30 anos, que nunca tiveram qualquer experiência profissional ou contacto com o mundo do trabalho – por ausência de oportunidades –, apesar de estarmos perante aquela que é a geração mais instruída de sempre. Por esta razão, urge tomar medidas no sentido de facilitar o acesso dos jovens ao primeiro emprego, em parceria com as universidades, os parceiros sociais, as entidades corporativas e os empregadores públicos e privados”, nota o membro do Comité das Regiões.
Cerca de nove milhões de jovens europeus não conseguem encontrar trabalho
Este quadro é actualmente responsável por sérios desequilíbrios sociais preocupantes, tendo em consideração que 8,7 milhões de jovens europeus não conseguem encontrar trabalho e a percentagem de jovens em desemprego de longa duração ou a tempo parcial involuntário permanece elevada.
Para inverter esta situação, evitando cenários de marginalização social, eventualmente potenciadores de situações de violência e exclusão, Luís Gomes apoia a adopção de um pacote de medidas pela Comissão Europeia, no período 2016-2018, que deverá incluir políticas de inclusão social e práticas de sensibilização que permitam chegar a jovens de origens diversas.
Entre outras soluções, é sugerido o reforço das organizações e das redes de juventude, bem como o desenvolvimento de um trabalho de que reforce a capacidade de adaptação dos jovens às mudanças tecnológicas, comportamentais e sociais.
Para Luís Gomes, “estes mecanismos permitirão o surgimento de novas formas de participação democrática, bem como o fomento de uma literacia ao nível das novas tecnologias, a que se deverão juntar outras iniciativas como o reforço das redes de juventude, das plataformas de voluntariado e um maior acesso à tomada de decisões políticas nestas matérias”.
“Tendo em consideração que 82% dos jovens da UE utilizaram redes sociais em 2014, estas ferramentas podem e devem ser canalizadas para a promoção do empreendedorismo jovem e para o desenvolvimento de pontes entre os jovens e o mercado de trabalho”, destaca.
Da mesma forma, relembra “o papel que a economia social pode desempenhar nesta conjuntura, uma vez que o sector representa uma oportunidade de crescimento e de combate à crise económica e é actualmente responsável por 14 milhões de postos de trabalho no contexto europeu e por 10% dos negócios na Europa”.
Para o também autarca, a economia social, assim como o reforço das ferramentas de literacia tecnológica, são igualmente “instrumentos importantes para combater o desemprego de longa duração nas gerações mais velhas, onde o cenário de desemprego de longa duração e as dificuldades de reingresso ao mercado de trabalho são fenómenos sociais crescentes”.