Os hotéis do Algarve registam nesta altura um forte nível de reservas para o período da passagem do ano, sobretudo de portugueses, e a um nível até superior ao que se verificava antes da pandemia de covid-19, segundo avança a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).
“A nossa perspetiva é que, à semelhança do que ocorreu no verão, a procura de nacionais no período da passagem do ano seja superior ao que foi em 2019”, salienta Elidérico Viegas, presidente da AHETA.
“Há hotéis na região com a ocupação próxima dos 100%, não diria que neste fim de ano vamos ter um Algarve lotado, mas as ocupações deverão ficar acima de 2019”, reitera o presidente da associação hoteleira.
Elidérico Viegas lembra ainda que “mais de 40% dos empreendimentos costumam encerrar durante a estação baixa, este ano alguns irão abrir especialmente para a passagem do ano, mas não nos podemos esquecer que este é um período curto, de dois ou três dias.
“NÃO HAVIA NECESSIDADE” DE EXIGIR TESTE AOS ESTRANGEIROS QUE CHEGAM COM CERTIFICADO DE VACINA, DEFENDE A AHETA
As restrições anunciadas pelo Governo para conter o aumento de casos de covid-19, e que vigoram a partir de 1 de dezembro no âmbito do novo estado de calamidade decretado no país até 9 de janeiro, têm um “impacto residual” no mercado interno, de acordo com o presidente da AHETA.
“Os portugueses vão viajar menos ao exterior, e o Algarve é o destino natural para muitas dessas pessoas que pensavam sair, e daí prevermos um bom período de passagem do ano basicamente com procura nacional, num efeito semelhante ao que se verificou no verão, a não ser que a situação pandémica se venha a agravar”, refere Elidérico Viegas.
Para frequentar os hotéis neste final de ano, as novas restrições obrigam a apresentar certificado covid, ou em alternativa um comprovativo de teste negativo, que pode ser PCR ou de antigénio, realizado 72 horas ou 48 horas antes do ‘check-in’, respetivamente. Excluída, está a possibilidade de fazer os chamados autotestes rápidos na receção do hotel, como chegou a ser prática durante o verão. Segundo o presidente da AHETA, esta exigência não é problemática, dado que “temos a maioria da população vacinada”.
Já no caso dos estrangeiros, as novas restrições obrigam a que, a partir de 1 de dezembro, estes tenham de apresentar teste à covid-19 negativo para entrar no país, independentemente da nacionalidade, proveniência, ou mesmo de já estarem vacinados.
“Não havia necessidade desta esta exigência interna de teste para os turistas estrangeiros poderem entrar no nosso país, o certificado digital da UE seria mais do que suficiente. Na nossa perspetiva, é um preciosismo desnecessário”, considera o presidente da associação hoteleira do Algarve.
“Estas restrições não deixarão de ter algum impacto e de ser desmotivadoras para as pessoas que pensavam em viajar, mas estamos na época baixa, e os mercados externos na passagem do ano não são maioritários no Algarve. Haverá sempre alguns cancelamentos, mas não vejo que seja uma tendência instalada”, refere ainda.
Relativamente às novas restrições que Portugal tem desde 1 de dezembro, “o que esperamos vivamente é que isto corra bem, para que no início da próxima época turística tenhamos condições de assistir à recuperação gradual e progressiva que prevemos no Algarve”, conclui o presidente da AHETA.
Os hotéis Pestana no Algarve vão ter música e jantares melhorados no fim de ano, mas sem grandes espetáculos ou aglomerações. Foto Pestana Alvor Praia
HOTÉIS PESTANA VÃO EVITAR “GRANDES FESTAS COM MUITA GENTE”
O grupo Pestana, que tem 12 hotéis abertos no Algarve neste período de inverno, já está com as ocupações compostas para o período da passagem do ano, e com perspetivas de aumentar ao longo de dezembro.
“As reservas que temos hoje nos nossos hotéis estão entre 55% e 75%, é natural que venham a atingir no fim do ano entre 65% e 90%, mas isto é o que nós pensamos que vai acontecer, quando há uma onda covid pode sempre haver desistências”, faz notar Pedro Lopes, administrador do grupo Pestana no Algarve.
Além de portugueses, os hotéis Pestana no Algarve também esperam hóspedes estrangeiros para a passagem do ano, nomeadamente britânicos, franceses ou espanhóis. E apesar da nova exigência de teste negativo a todos os que entram em Portugal em dezembro, até ao momento o grupo não registou cancelamentos significativos.
Mantém 12 unidades abertas neste período de fim de ano, nomeadamente quatro Pousadas de Portugal (em Sagres, Tavira, Estói e Vila Real de Santo António), os hotéis Alvor Praia, Dom João II e Vila Sol, além dos resorts (integrando apartamentos turísticos) Pestana Alvor Atlântico, Pestana Gramacho Residences, Pestana Carvoeiro, Alvor Parque e Pestana Palm Garden.
Em todas estas unidades haverá ‘réveillon’. “Mas vamos evitar fazer grandes festas, com grandes espetáculos, muita gente e confusão. O que vamos fazer serão jantares melhorados, com música e as devidas distâncias e cautelas”, refere o administrador do grupo Pestana no Algarve.
FESTAS DE ‘RÉVEILLON’ ESGOTADAS NA VILA GALÉ. HOTÉIS TIVOLI JÁ COM OCUPAÇÃO “EXCELENTE”
O grupo Vila Galé, que tem nove hotéis no Algarve, conta neste inverno com cinco unidades abertas: Vila Galé Lagos, Vila Galé Collection Praia (Praia da Galé), Vila Galé Cerro Alagoa (Albufeira), Vila Galé Ampalius (Vilamoura) e Vila Galé Tavira.
Nos hotéis do grupo no Algarve onde se vai celebrar o ‘réveillon’, “a festa já está esgotada nos hotéis Vila Galé Ampalius, Vila Galé Lagos e Vila Galé Tavira”, adianta Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo, referindo que “apenas o Vila Galé Cerro Alagoa e o Vila Galé Collection Praia têm ainda lugares para a passagem de ano”.
Os hotéis Tivoli estão com as reservas de fim de ano mais altas do que é habitual, maioritariamente de portugueses
“A procura é sobretudo do público português, não se registando até agora cancelamentos relevantes atribuíveis ao anúncio de novas medidas contra a covid-19”, refere o administrador do grupo hoteleiro.
Além do Algarve, o grupo Vila Galé tem 20 hotéis a nível nacional onde se está a preparar festa de ‘réveillon’, 14 dos quais já estão esgotados para este evento, ou têm vagas residuais, como é o caso das unidades no Douro, Porto, Braga, Coimbra, Serra da Estrela, Ericeira, Sintra, Cascais, Elvas, Évora, Alter-do-Chão, Beja ou Madeira.
As ocupações altas para a passagem do ano no Algarve estendem-se aos hotéis Tivoli, marca que mantém este inverno cinco das suas seis unidades na região abertas.
“Está a correr bem, já temos ocupações bastante elevadas, maioritariamente de portugueses, e com uma procura superior ao que costumava ser nesta altura”, adianta Jorge Beldade, diretor regional de operações do grupo Minor, proprietário dos hotéis Tivoli.
“A partir de meados de dezembro é que é habitual surgir a grande parte das reservas do fim de ano, mas neste momento já estamos com a ocupação dos hotéis a 100%, o que é excelente”, destaca o responsável de operações dos hotéis Tivoli no Algarve.
– Notícia do Expresso, jornal parceiro do POSTAL