A ocupação hoteleira no Algarve subiu 2,5% em dezembro, comparativamente ao ano anterior, tendo o Ano Novo contribuído para o bom desempenho turístico da região, disse hoje à Lusa fonte de uma associação do setor.
Os dados, ainda provisórios, indicam uma subida da ocupação hoteleira para 34,8% e confirmam as perspetivas de um “aumento progressivo da procura por parte dos turistas nacionais e espanhóis”, revelou Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).
O dirigente defendeu que esta “não é propriamente uma recuperação na estação baixa”, mas sim “uma tendência”, já que o crescimento do ano “foi de 0,5%”, sublinhando que se o fim de ano tivesse coincidido com um fim de semana “teria elevado mais as taxas de ocupação”, já que o clima foi favorável.
Posição semelhante manifestou à Lusa o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), João Fernandes, considerando que no Algarve “a tradição é passar o Ano Novo na rua, em contacto com os familiares” e festejar assistindo aos fogos de artifício e concertos.
“Este ano, o bom tempo ajudou a que quem podia vir mais em cima da hora, pegando no carro e trazendo a família, o fizesse, aproveitando as várias ofertas criadas por muitas da autarquias”, sublinhou aquele dirigente.
João Fernandes destacou a diversidade da oferta deste ano, que contemplou desde “os habituais” concertos e fogos de artifício na praia, como em Quarteira ou Albufeira, a eventos da programação de inverno do programa 365, como o Novo Circo em Monchique.
O presidente do Turismo do Algarve realçou, igualmente, o aumento dos turistas nacionais, “pela tradição dos portugueses rumarem ao Algarve para a passagem de ano”, e dos espanhóis, o que atribui às campanhas realizadas junto do mercado espanhol.
Em relação a todo o ano de 2019, João Fernandes fez um balanço positivo, destacando o recorde alcançado pelo Aeroporto de Faro, que atingiu nove milhões de passageiros, “quase mais 300 mil pessoas” que o ano passado.
Admitindo, que se tratou de um ano com “adversidades”, devido à falência de companhias aéreas e do operador Thomas Cook, assim como greves de motoristas de matérias perigosas, o responsável considerou que a região soube “ajustar-se” e “sair por cima”.
“É especialmente interessante o facto de não ter crescido apenas o volume da procura mas, sobretudo, os proveitos, o que significa que a região está a crescer mais em valor do que em procura, um caminho que temos de percorrer”, reforçou.
O responsável pelo Turismo do Algarve sublinha que é importante trazer “mais valor para o território” para que o residente tenha o retorno desse investimento que se faz ao receber “quem nos visita”.