“Incrédulo e feliz”, foi com este misto de sensações que José Carlos Barrros recebeu a notícia dando-lhe conta de ter sido o vencedor do Prémio Leya deste ano com o romance intitulado “As Pessoas Invisíveis”.
Ouvido pelo POSTAL, José Carlos Barros “tinha consciência de que entrou no concurso sabendo que as probabilidades de vencer eram muito pequenas, considerando os cerca de 800 originais apresentados para apreciação do júri”. “Só ao fim desta manhã de terça feira tive conhecimento que tinha sido o vencedor do concurso, por um telefonema de Manuel Alegre, presidente do júri do concurso que integra ainda mais sete personalidades de países de língua portuguesa”, salientou.
O romance que só deverá ser publicado nos primeiros meses do próximo ano, foi enviado tal como os restantes sob pseudónimo e garante ao vencedor um prémio de 50 mil euros e um contrato de publicação.
“As Pessoas Invisíveis” é “uma viagem por vários tempos da história recente de Portugal” e segue-se a dois romances e livros de poesia já publicados pelo autor algarvio.
Sucedendo a Itamar Vieira Júnior, distinguido em 2018 pelo romance “Torto Arado”, José Carlos Barros torna-se o nono premiado deste que é o maior galardão literário para romances inéditos no conjunto de países de língua portuguesa. Autor de seis livros de poesia — dos quais “Sete Epígonos de Tebas“ venceu o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama —, estreou-se na prosa em 2003, com “O Dia em que o Mar Desapareceu”.
Em 2009 publicou “O Prazer e o Tédio”, o seu primeiro romance, ao qual viriam a suceder-se outros, como “Um Amigo Para o Inverno”, finalista do prémio LeYa em 2013. Outros livros recentes do autor são “O Uso dos Venenos”, “A Educação das Crianças” e “Penélope Escreve a Ulisses”.
Nascido em Boticas, em 1963, José Carlos Barros é arquiteto paisagista, formado pela Universidade de Évora. Tendo exercido a profissão sobretudo no Algarve, onde reside, foi diretor do Parque Natural da Ria Formosa.
Sobre José Carlos Costa Barros
Autor de vasta obra poética, a sua estreia na prosa aconteceu com “O Prazer e o Tédio”, romance que o cineasta André Graça Gomes adaptou ao grande ecrã, em 2012, sem financiamento e com atores amadores. A longa-metragem foi rodada em Boticas, onde o escritor nasceu, em 1963, e aborda a angústia do mundo rural.
Licenciado em Arquitetura Paisagista pela Universidade de Évora, José Carlos Barros vive em Vila Nova de Cacela, no Algarve.
Tem exercido atividade profissional no âmbito do ordenamento do território e da conservação da natureza, e foi diretor do Parque Natural da Ria Formosa. Foi também técnico superior do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e da Direção Regional do Ambiente do Algarve.
Antigo deputado do PSD, José Carlos Barros foi vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e presidente da Assembleia Municipal da mesma cidade. É vereador, sem pelouro, naquela câmara.
Entre os vários livros de poesia que escreveu destacam-se “uma abstração inútil”, “Todos os náufragos”, “Teoria do esquecimento”, “Pequenas depressões” (com Otília Monteiro Fernandes) e “As leis do povoamento” (editado também em castelhano).
Com “Sete epígonos de Tebas” venceu o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama 2009.
Os seus livros de poesia mais recentes são “O uso dos venenos”, “A educação das crianças”, “Estação – Os poemas do DN Jovem”, e “Penélope escreve a Ulisses”.