Nas minhas recordações dos anos 90 em Faro existem dois espaços que, para mim, sempre foram sinónimo de ver exposições de arte com grande qualidade, as duas galerias municipais TREM e ARCO, situadas na cidade velha de Faro e que eu visitava regularmente. De 1990 a 2003 a direção esteve a cargo do artista natural da cidade Manuel Baptista que nos deu acesso, sem sair da cidade, a apreciar obras de artistas de grande renome nacional e internacional, como Pedro Cabrita Reis ou Jorge Molder, com a sua impressionante série fotográfica The Secret Agent (1991).
Por volta de 2008, o espaço de uma das galerias, a ARCO, passa a ser partilhado por três associações culturais locais. Continuou a ser um lugar onde as visitas não se destinam só a contemplar a magnífica vista da Ria Formosa, mas também à aposta de uma programação focada nas indústrias criativas, em concertos musicais, artes performativas e exposições quase exclusivamente de fotografia.
Desde 2010 tenho acompanhado a ALFA – Associação Livre Fotógrafos do Algarve, como sócio, amigo e participante em passeios e viagens fotográficas de lazer.
Agora, no início deste Verão, surgiu o convite para eu montar uma exposição fotográfica na ARCO, com fotografias que já tinha mostrado em Espanha, no Teatro Del Mar (Punta Umbría) e no Centro Cultural Casa Grande (Ayamonte), intitulada ”LIFE – TIME”.
A exposição integrou a programação do Açoteia – Faro Rooftop Festival e a esplanada da ARCO foi uma entre as duas dezenas de spots aderentes da primeira edição de um evento pioneiro que quer marcar a diferença em Portugal.
Para além de ser composto pela parte física com fotografias emolduradas – memórias fotográficas de 2016 até duas décadas atrás, também tem uma componente audiovisual com pequenas histórias vídeo-fotográficas que podem de alguma forma interessar ao visitante e complementar uma memória futura.
“Algumas fotografias podem contar toda uma vida, outras só recordam breves segundos… mas para sempre“.
A exposição estará patente até Agosto de 2019 e tem entrada livre.
(Artigo publicado no Caderno Cultura.Sul de julho)
(CM)