A Fortaleza de Sagres recebe entre 21 de novembro e 1 de dezembro, a exposição “A Ruína de Sagres”, projeto da associação Fungo Azul que ilustra a forma como os habitantes locais interagem com o monumento histórico.
“Trata-se de uma exposição sobre a visão, ideias e a maneira como os habitantes de Sagres vivem e sentem o monumento e, caso o mesmo fosse retirado, como é que reagiam e que como é que o espaço poderia ser ocupado”, disse à agência Lusa o mentor do projeto.
De acordo com Carlos Norton, o projeto cultural “assenta numa provocação e no falso pressuposto de retirar a Fortaleza de Sagres, deixando o espaço livre e aberto ao imaginário para os desejos ou anseios da população”.
“Que projetos serviriam os interesses da vila e da população, quais os medos do que ali poderia vir a existir ou que projeções futurísticas e por vezes absurdas estão escondidas no nosso imaginário”, apontou Carlos Norton.
O responsável adiantou que os habitantes de Sagres apresentaram 15 visões diferentes para aquele espaço, entre as quais “um hotel, restaurante ou ‘resort’ de luxo, a observatórios ligados ao mar ou à astronomia”.
As sugestões idealizadas pela população foram materializadas em projetos pelo artista Jorge Pereira que as colocou no papel, “transformando-as em desenhos, esboços, plantas e alçados e que compõem a exposição que vai ser apresentada naquele monumento do Promontório de Sagres”.
“No fundo, pretende-se incentivar as pessoas que habitam perto dos monumentos a visitá-los, porque normalmente só visitamos aqueles espaços quando vamos a outros locais enquanto turistas e não como habitantes. Muitas vezes quando temos um monumento perto de nós, acabamos por desconsiderá-lo”, notou.
Carlos Norton acrescentou que o projeto colaborativo quis “envolver ao máximo a população e mostrar que a cultura também se faz com as ideias de todos”.
A iniciativa está inserida no âmbito do DiVaM, projeto da Direção Regional de Cultura para a dinamização e valorização dos monumentos do Algarve, com uma programação cultural de promoção e diálogo entre as comunidades e os monumentos.
A exposição vai ser inaugurada no dia 21 de novembro, às 16:00, e ficará patente até ao dia 01 de dezembro, com entrada livre mediante inscrição prévia na associação Fungo Azul, através do email [email protected].