Em 1987 o Conselho da Europa iniciou a programação de um conjunto de rotas culturais com o objetivo principal de demonstrar como as raízes da identidade europeia podem estar na base da fundação de uma visão de cidadania partilhada. Este programa tem hoje mais de 30 rotas certificadas que promovem a diversidade e a identidade cultural da Europa.
No dia 5 de outubro a Fundação Pública Andaluza El legado Andalusi promoveu uma conferência internacional para comemorar este duplo aniversário na Madinat al-Zahra em Córdoba. A Direção Regional da Cultura do Algarve foi convidada a integrar uma mesa redonda sobre “Tourism Sustainability, future challenges”.
No encontro participaram vários países parceiros da Fundação, como foi o caso de Itália, da Jordânia e do Líbano. Na cerimónia de abertura compareceu o Ministro do Turismo do Líbano, a Alcadeza de Córdoba e a reitoria da Universidade de Córdoba, e no encerramento esteve o Ministro Regional da Cultura da Andaluzia, um representante da Organização Mundial de Turismo e um Diretor Geral dos itinerários culturais do Conselho da Europa, expressando desta forma o seu apoio e a relevância da importância atribuída ao encontro e ao tema.
Entre as rotas do Legado Andalusi está a rota Omíada, que foi apresentado e apontado como um caso de boas práticas.
São milhares de quilómetros que ligam países, locais, cidades e bens culturais (tangíveis e intangíveis) sob temas comuns. É uma rota internacional que une em torno da diversidade.
Património e cultura comuns são base para um turismo sustentado?
A resposta ficou clara: Sim. A criação de itinerários culturais está associada a vários benefícios na relação com o turismo.
O turismo é uma atividade global que se baseia numa descoberta de novos destinos e novas experiências. Estas rotas culturais têm dado um contributo fundamental para a alteração da relação que se estabelece ao longo de toda a Europa entre a cultura, o património e o turismo.
Uma reflexão importante sobre a pressão e os efeitos nefastos do turismo tem sido acompanhada de um pensamento técnico e científico sobre a conservação e a preservação do património cultural. A procura dos benefícios económicos e sociais do turismo junto das comunidades envolvidas, bem como, de uma maior disseminação por todo o território dos fluxos turísticos tem estado no centro destas rotas.
Ainda que os países envolvidos possuam diferenças (culturais, religiosas, políticas, entre outras) há recursos e oportunidades partilhadas que estão a construir pontes para o seu desenvolvimento.
O diálogo encetado tem sido profícuo e o Conselho da Europa aponta as rotas culturais como boas práticas de desenvolvimento sustentado. Existe ainda um processo em fase de implementação que necessita de maior união de esforços entre os agentes da cultura, do património e do turismo, do sector público, do privado e do terceiro sector, convocando e envolvendo a comunidade em geral.
Este esforço conjunto trará a criação de novo valor e aumento de capacidade de atração das nossas regiões, pelo que, continuaremos neste processo e a trabalhar para a sua concretização, bem como, a partilhar e a implementar novos projectos.
(Artigo publicado na edição papel do Caderno de Artes Cultura.Sul de Outubro)