José Amarelinho é o actual presidente da Câmara de Aljezur e recandidata-se a um novo mandato que o pode levar, caso ganhe as eleições a 1 de Outubro, a governar os destinos do concelho até 2021.
A pendência de um recurso no tribunal Constitucional poderá ameaçar a eleição deste candidato, uma vez que respeita a uma decisão de perda de mandato e poderá produzir efeitos – caso perca o recurso – após o dia 1 de Outubro.
Não obstante, não foi por isso que o PS local e regional deixaram de apostar no político socialista para candidato.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
Postal (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
José Amarelinho (JA): Acreditamos que os eleitores nos darão a sua confiança para um novo mandato. Estamos confiantes que merecemos de novo essa confiança, porque temos provas dadas da nossa força e competência, temos um rumo e um projeto sólido que nos orgulha: afirmar Aljezur como um concelho onde vale a pena viver e investir. O nosso compromisso com as Pessoas, o Ambiente e a Sustentabilidade tem sido inequívoco! Soubemos crescer preservando e Aljezur é hoje uma “marca” que atrai visitantes. A qualidade ambiental que ostentamos, que nos identifica e distingue, é fator inequívoco de atratividade e investimento no alojamento turístico, na gastronomia, como na valorização dos produtos locais do mar e da terra. Cumprimos os compromissos eleitorais de 2013 com uma gestão criteriosa, sem deixar dívida e criando uma almofada financeira que nos permite assegurar a comparticipação nacional no CRESC 2020, a que nos candidatamos com projetos que são estruturantes para o concelho e que queremos ser nós a concretizar.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
JA: O ordenamento do território, disperso por entidades com poder decisório, vinculativo, que não articulam e não harmonizam decisões e pareceres, produz idiossincrasias com repercussões graves na gestão do território e na vida das pessoas. Como é que é possível que não tenha sido autorizada uma só área de apoio ao caravanismo? Mas o emprego e a habitação também são. A oferta de emprego é sobretudo na área do turismo e comércio, mas a média salarial no concelho é baixa: é trabalho indiferenciado de baixas qualificações, que não é atrativo para a nossa juventude que tem ganho mais qualificação e vai fazer fora a sua vida profissional. Há áreas com grande potencial no concelho para investir, com inovação e conhecimento técnico, que fixe jovens qualificados. Esse é o caminho para inverter o envelhecimento demográfico. E como em todo o país, o turismo alterou e inflacionou o mercado de arrendamento: é um problema grave, que afeta quem ganha o RMM, mas também quem chega e aqui se quer fixar.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
JA: Temos um projeto para Aljezur e um rumo para o concretizar, sintetizado em 3 grandes linhas: as PESSOAS, o AMBIENTE e a ECONOMIA. Acreditamos que é na articulação destas 3 forças que se joga o futuro de Aljezur como um concelho ambientalmente sustentável, que tem no ambiente a sua qualidade e a mais-valia capaz de gerar oportunidades de desenvolvimento e sustentabilidade económica, mas que respeita e integra as Pessoas: Aljezur tem de continuar a ser a “nossa” terra, aquela onde nascemos e aquela que escolhemos e nos acolheu. Demos provas que somos intransigíveis na defesa da nossa terra e da nossa gente contra as decisões impostas e que nos condicionam, mesmo quando o poder é da nossa cor política! – contra as demolições no M. Clérigo, na justa transferência de competências, contra os hidrocarbonetos e plastificação do território, pelo passadiço pedonal junto à Ponte de Aljezur, pela Variante de Aljezur, ao lado dos pescadores lúdicos, por mais investimento em saneamento básico, …
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
JA: Estamos na corrida respeitando os adversários. Numa democracia madura cada um vem com as suas propostas e no respeito máximo pelas pessoas que são o rosto dessas propostas, naturalmente a dar o melhor de si. Houve uma coisa que fizemos: avaliámo-nos a nós próprios revisitando o que foram os últimos 4 anos e sabemos que cumprimos! Sabemos que o que fazemos é com uma entrega total à nossa terra e à nossa gente! Sabemos que os aljezurenses, soberanos na sua decisão, elegem-nos há 8 anos com maiorias absolutas esmagadoras! Contamos que os eleitores vão renovar, mais uma vez, a confiança nas nossas equipas e nos nossos compromissos, e que somos merecedores de uma nova e expressiva maioria – fizemos o que acreditamos ser uma correta interpretação das necessidades do concelho e construímos o que julgamos serem as melhores propostas, mas com a consciência que os eleitores são os soberanos nestes processos e são eles que fazem julgamentos e tomam a decisão final.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
JA: Todas as medidas inscritas no nosso programa são merecedoras de igual tratamento e temos consciência que no trabalho autárquico, a priorização de ações e medidas não depende só de nós, as nossas prioridades colidem com processos e barreiras que outros nos colocam. No entanto há questões que para nós são prioritárias, no sentido em que são assuntos que, ou já estão em andamento e terão de ficar concluídas, ou a própria dinâmica as torna urgentes e prioritárias. Mas se tenho de enumerar algumas, direi que a conclusão do Plano de Pormenor do Vale da Telha é vital. É vital para as pessoas e para o concelho. E a questão da habitação municipal vai também, com toda a certeza, ser das primeiras a estar em cima da mesa. Não querendo de modo algum secundarizar as restantes questões, acrescentarei que o passadiço pedonal junto à Ponte de Aljezur tem de ter solução em 2018. É um compromisso assumido na apresentação da nossa candidatura e para nós, palavra dada tem de ser palavra honrada.