Aos 46 anos de idade Marco Rosa é o homem escolhido pela CDU para comandar a nau que a coligação quer ver navegar até à presidência da Câmara de Castro Marim nestas autárquicas.
O professor quer pôr um ponto final na discussão bipolar PS, PSD nos órgãos autárquicos do concelho.
POSTAL (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Marco Rosa (MR): Esta candidatura pretende afirmar o poder local, enquanto conquista de Abril, como espaço de realização e transformação das condições de vida e enquanto fator de participação cívica e política. Candidato-me porque sinto e tenho a confiança do grande coletivo que é a CDU, que se assume como um espaço de democracia, de liberdade e de participação, unidos pela responsabilidade política, rejeitando todos e quaisquer benefícios pessoais que decorram do exercício de cargos públicos.
Pretende-se dar resposta a um projecto que vise única e somente servir os interesses das populações do concelho de Castro Marim e o seu desenvolvimento, nas suas variadas dimensões. Esta candidatura pretende criar condições para responder aos problemas das populações e contribuir para o progresso e desenvolvimento local, razões que se justificam na afirmação que o reforço da CDU significará mais e melhores condições para defender o poder local democrático e consequentemente os direitos dos trabalhadores e do povo.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
MR: Consideramos que cada problema se constitui como um desafio, aos quais queremos dar um contributo no sentido de encontrar soluções.
Desde já, o concelho de Castro Marim está a sofrer o resultado das medidas dos diversos governos PS, PSD e CDS, com políticas concretas que têm tido consequências na destruição do aparelho produtivo, que tem levado ao abandono das terras; no envelhecimento da população, pelo decréscimo da natalidade e pela emigração; no encerramento cego de serviços públicos, que tem deteriorado as condições de vida e colocado em causa o acesso à saúde, à educação e à cultura; na ausência de uma visão estratégica para desenvolver o turismo, a indústria e o comércio, fator essencial para produzir riqueza e criar emprego e, por fim, na insuficiência das redes de saneamento básico, que ainda não chegam a todos os munícipes, apesar de neste concelho existir uma barragem que dá de beber a metade do Algarve e nega água a alguns dos que cederam terras para a sua construção.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
MR: Consideramos fundamental reforçar a CDU e garantir a presença de eleitos nos diversos órgãos autárquicos, para que as nossas posições e perspectivas possam enriquecer um debate e uma discussão que até então tem sido feita a dois, entre PS e PSD.
Consideramos que o nosso contributo é imprescindível para que se torne uma realidade a criação de condições de equidade no acesso à saúde, à cultura e à educação. Para responder aos desafios rentabilizando os recursos naturais e desenvolvendo as potencialidades existentes na indústria e no comércio, para produzir riqueza, criar emprego e prosperidade. Para lutar pela requalificação e reabertura dos serviços públicos de proximidade e ampliar as redes de saneamento básico, enquanto fator de promoção da qualidade de vida. Esta candidatura pretende ser a voz dos munícipes junto do poder central, tal como tem feito no plano nacional, pois consideramos que só desta forma se pode servir as gentes deste concelho.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
MR: Esta candidatura faz uma abordagem aos problemas congruente com os interesses públicos e com os interesses deste concelho, pois não vive as contradições de outras forças políticas que no plano regional têm umas posições e no plano nacional assumem outras, como por exemplo a abolição de portagens na A22, que traria grandes vantagens para o desenvolvimento social e económico do concelho. Assumimos com orgulho ser a voz dos trabalhadores e do povo deste concelho junto do poder central, exigindo tudo aquilo a que estes cidadãos têm direito e que lhes está constitucionalmente consagrado. Consideramos que todo o ponto de vista é a vista a partir de um ponto. Assim o nosso olhar para a realidade será sempre a partir do olhar daqueles que a enfrentam para ir ao encontro das melhores soluções.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
MR: Dependerá sempre da correlação de forças resultantes do escrutínio eleitoral, das obras presentemente em curso, das adjudicações e dos concursos públicos e respetivos financiamentos. No entanto, consideramos prioritário a construção de um parque industrial que atraia investimento no concelho, com todas as vantagens decorrentes em termos de emprego e de criação de mais-valias.
Como segunda medida, consideramos que seria importante e interessante a construção de habitação a custos controlados, como medidas de discriminação positiva para incrementar o povoamento e o rejuvenescimento da população do concelho.