A Região de Turismo do Algarve (RTA), juntamente com a Segurança Social e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e o apoio do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) regionais, estão preparados para receber refugiados ucranianos. A ideia é colocar aqueles que fogem da guerra a trabalhar na hotelaria da região, oferecendo condições para que estes possam viver em Portugal.
“Na semana passada fomos contactados pela diretora do Centro Distrital da Segurança Social, Margarida Flores, para saber qual a nossa capacidade para receber refugiados da Ucrânia”, explica ao Expresso João Fernandes, presidente da RTA. “E a verdade é que há uma grande disponibilidade”, diz, destacando, “a falta de mão de obra na hotelaria e a perceção muito positiva sobre os ucranianos que já vivem em Portugal”.
Ainda durante a semana passada, a RTA contactou diversos grupos hoteleiros algarvios “e todos responderam afirmativamente”, continua João Fernandes. Além do emprego, “os grandes grupos têm capacidade para alojar os funcionários, o que permite, também, resolver o problema da habitação”, refere o responsável pelo turismo algarvio.
O processo inclui o IEFP, que ajudará a regularizar a situações dos refugiados em Portugal. E ainda o IPDJ, no sentido de apoiar aqueles que venham com crianças, através da criação de atividades para as ocupar enquanto os pais trabalham. “É importante que consigamos boas condições para os receber, bem como a possibilidade de os inserir na vida ativa”, frisa ainda João Fernandes.
Recorde-se que no final da semana passada António Costa já tinha afirmado a disponibilidade para receber refugiados daquele país que queiram vir para Portugal. “Foram transmitidas instruções para a embaixada de Portugal na Ucrânia e nos países limítrofes para a concessão de visto imediato para os refugiados poderem vir para Portugal”, referiu António Costa, adiantando que dados como o número da Segurança Social ou das Finanças seriam atribuídos igualmente de forma imediata.
Já este domingo, Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Administração Interna, adiantou que Portugal ainda não determinou o número de refugiados que pode acolher, mas a União Europeia estima que, num dos piores cenários, a guerra pode gerar cinco milhões de refugiados.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL