Vivemos tempos difíceis por culpa de um vírus que se propagou à escala mundial, com consequências que parece discriminar idade e género, mas que atravessa fronteiras, sem diferenciar nacionalidade, etnia ou status de incapacidade.
Esta é uma guerra em que o adversário é invisível a olho nu, não demonstra sinais de ameaça, cria sentimentos eminentes de medo e de desconfiança nos desconhecidos, nos conhecidos e até nos mais próximos, violenta a nossa liberdade e confina o nosso direito/dever para com os nossos de abraçar e beijar. Uma realidade digna de filme de ficção que remotamente ponderamos num futuro muito longínquo ou, que nem sequer, o conseguimos equacionar face a tamanha irrealidade.
Para já, contamos como estratégia de combate a resposta recetiva e disciplina dos cidadãos no distanciamento/confinamento social e nas boas práticas de higiene respiratória e das mãos, fazendo sentir-nos desprovidos de retaliação, pois não existe um combate real, de corpo a corpo.
Será esta estratégia tão vitoriosa, tendo em conta os efeitos avassaladores desta epidemia em termos humanos, sociais, políticos e económicos?
A globalização na sua génese, e tendo em conta linhas muito gerais, pretende prover os cidadãos de ferramentas para a unificação e fortalecimento de currículos e práticas, servindo como base para novos objetivos de cidadania e emancipação, remetendo-nos assim, para um aprofundamento dos laços na solidificação mundial contra um adversário desumano e comum a todos os povos – o SARS-CoV 2.
Neste contexto, agora, mais do que nunca, é premente a cooperação mundial, um forte multilateralismo, agir em conjunto e em prol de um bem comum, isto porque, a unidade nada é, sem o coletivo.
Neste espírito de cooperação e de união, com o objetivo comum de mitigar o vírus houve necessidade de uma reinvenção para uma nova realidade, assim criaram-se condições e divulgaram-se conjuntos de boas práticas a todos os níveis.
Os sistemas educativos foram atingidos e os portões das escolas encerrados, houve assim necessidade de se abrir novos horizontes face ao modelo tradicional de educação e valorizar o ensino à distância.
É certo que o modelo tradicional de ensino há muito que era objeto de modernização, contudo tinha poucos avanços significativos. A epidemia forçou num ápice o reajustamento do modus operandino contexto de sala de aula, das dinâmicas de estudo e de comunicar, evidenciando o comprometimento, o empenho e a confiança na capacidade dos alunos de continuarem a estudar e a aprender.
Consequentemente as novas tecnologias ajudaram na mudança do paradigma da educação, facilitaram o acesso à informação ao dispor dos alunos, às salas de aula virtuais e às videoconferências educativas, aniquilando a possível alienação da realidade circundante e valorizando a sua própria opinião sobre a realidade.
No entanto, neste novo processo educativo o conceito de escola é fundamental e não pode ser desumanizado ou haver um distanciamento entre o virtual e o contexto de sala de aula, entre o professor e o aluno, entre aluno e colegas, deve sim privilegiar-se a complementaridade e o equilíbrio entre eles, priorizando o lado humano, o bem-estar, as necessidades emocionais e sociais, face à nova realidade geral centrando os alunos na construção de um processo educativo sustentado e sustentável.
Face a este novo paradigma, identificou-se nos tempos conturbados, uma oportunidade para se desenvolver formas de ensino à distância e de se valorizar outras formas de aprendizagem, assim como possibilitar novos modelos mais flexíveis e imaginativos para uma educação inovadora e inclusiva, fomentando jovens mais solidários, conscientes dos seus direitos e deveres, prontos a intervir direta e ativamente na comunidade.
Posto isto, não será altura de sermos mais auspiciosos e aproveitarmos essas oportunidades de conhecimento para aprofundá-los? Dinamizar novas vertentes da educação? Impulsionar a aproximação e unificação europeia entre jovens da mesma idade?
É certo que os alunos têm ao dispor iniciativas de intercâmbios e projetos europeus que permitem o conhecimento e a vivência de outras culturas e a criação de laços de amizade, contudo face à desaceleração de aproximação física que a pandemia fez refletir, é altura de mostrar ousadia e tirar vantagem das oportunidades que a União Europeia trouxe aos seus estados-membros a nível de acesso à informação e à educação.
Esta é a oportunidade de elevar os níveis de consciencialização dos alunos sobre os desafios da contemporaneidade, de envolvência em projetos de construção europeia, de fomentar a curiosidade sobre o património europeu e, consequentemente, promover a identificação de valores europeus.
Assim, tendo em conta esta vertente de luta contra esta pandemia, que é o (des)contacto social europeu, é importante aprofundar o elo entre o poder da informação, as novas tecnologias, a educação e numa espécie de aula magna equiparada à iniciativa #EstudoEmCasa, criar-se condições de aulas europeias, de compreensão coletiva subjacente à formação pessoal, emocional e social face à realidade e à cidadania global.
Naturalmente, numa abordagem mais transversal que as áreas disciplinares é certo, mas com uma enorme riqueza de partilha de conhecimento e da multiplicidade cultural, promovendo assim, a aproximação e a identificação europeia dos alunos.
Para tal, com uma matriz aplicada via telescola os alunos europeus teriam a hipótese de desenvolver trabalhos/atividades de desenvolvimento do conhecimento da União Europeia e da Europa, dar a conhecer a sua herança cultural e priorizar a sua heterogeneidade numa verdadeira partilha de união.
É de enorme consideração o papel dos jovens enquanto cidadãos da Europa, uma vez que são agentes de mudança e dignificação do futuro. Cabe-nos a nós incentivá-los e ajudá-los a aprender, a sensibilizar, a capacitar de estratégias de preparação para o sucesso, assim como, para os desafios que o futuro exigirá e a aumentar a resiliência ao criar uma comunidade mais coesa, segura e atenciosa.
Crianças e jovens, assumem o papel de ensinadores e de forma criativa ensinam comunidades a higienizar as mãos e formas de impedir a propagação do vírus.
Espelha-se assim, um ínfimo exemplo de sentimento de pertença e união nos cidadãos europeus, conscientes da importância da solidariedade e de responsabilidade na construção de uma Europa mais coesa, rica de história heterogénea em virtude da existência de uma comunidade plural de destinos e valores, mas com intenção de se implementar novas estratégias para enfrentar o desafio comum – o SARS-CoV 2.
A união e a consciencialização ajudam a sociedade orientada para o bem comum – Vamos ficar todos bem! – a afirmar interesses, a construir solidariedade e a mobilizar-se. Assim, deparamo-nos com ações conscientes de dever cívico, preocupação mútua, mesmo quando o copo parece meio vazio, tende-se a enchê-lo com positivismo, solidariedade para com todos os profissionais que estão na luta em campo aberto e alia-se povos numa cura disponível para todos e a isto chamo humanismo verdadeiro, puro e cru.
E é este humanismo que deve viver a Europa, que deve ensinar, propagar, fazer parte porque todos somos um e as grandes batalhas só se vencem em equipa e com cidadãos amplamente instruídos!
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