A Polícia Judiciária, numa operação em colaboração com a Polícia Federal, informou esta terça-feira que deteve uma “mulher estrangeira” num hotel de luxo em Lisboa. Segundo a imprensa brasileira, essa mulher é Nelma Kodama, a primeira delatora da Lava Jato e que agora foi detida no âmbito da Operação Descobrimento, que tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína.
Nelma Kodama foi a primeira delatora da Lava Jato e foi condenada a 18 anos de prisão em 2014 devido ao crime de lavagem de dinheiro. A pena de prisão terminou em 2017, graças a um indulto decretado pelo então Presidente brasileiro, Michel Temer.
Hoje voltou a ser detida, desta vez em Portugal e no âmbito de investigações que tiveram início em fevereiro de 2021, quando o avião Dassault Falcon 900 da empresa OMI, pertencente a um grupo privado português de aviação, aterrou no aeroporto internacional de Salvador para abastecimento e, após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 quilogramas de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.
QUEM É NELMA KODAMA?
Ex-mulher do doleiro Alberto Youssef, Nelma Kodama foi condenada, em primeira instância, em outubro de 2014 a 18 anos de prisão por corrupção, evasão e organização criminosa. A detenção ocorreu meses antes, no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Nelma tentou fugir para Itália com 200 mil euros escondidos na roupa interior, ao saber que estava a ser investigada pela Polícia Federal.
Em agosto de 2019, a Justiça Federal autorizou que retirasse a pulseira eletrónica e fosse libertada, cumprindo o indulto de Natal do à data Presidente Temer.
O Globo destaca um episódio que aconteceu em 2015, quando Nelma Kodama cantou a música “Amada Amante” durante um depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Na ocasião, negou que os 200 mil euros, que lhe foram apreendidos no Aeroporto de Guarulhos, estivessem escondidos na sua roupa interior.
Nelma Kodama foi também notícia, em 2018, no âmbito de uma investigação a joias roubadas. À data dos factos, conta a imprensa brasileira, a polícia divulgou que nas redes sociais a agora detida surgiu em fotografias com um conjunto de brincos e um anel, avaliados em 150 mil reais (cerca de 29 mil euros).
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL