Inicialmente desenvolvido para o tratamento da diabetes tipo 2, o semaglutido ganhou uma nova relevância ao revelar-se eficaz no combate à obesidade, sendo aclamado por especialistas como um “game changer” nesta área. Entre os medicamentos mais conhecidos que o contêm está o Ozempic, que rapidamente passou a ser procurado pelo seu potencial de ajudar na perda de peso. Em Portugal, a procura elevada levanta desafios significativos, tanto em termos de disponibilidade como de impacto financeiro para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O que é o Semaglutido e como atua?
O semaglutido é um análogo do GLP-1, uma hormona produzida no intestino que desempenha um papel vital no controlo dos níveis de glicose no sangue e na regulação do apetite. “Ao atuar como uma versão sintética desta hormona”, o semaglutido não só ajuda a controlar a glicose como também suprime o apetite, levando a uma perda de peso significativa. Originalmente aprovado para a diabetes, rapidamente surgiram estudos sobre a sua eficácia na obesidade, e os resultados foram promissores: pacientes a perder até 15% do peso corporal num ano de tratamento.
Recomendações de utilização e resultados comprovados
Atualmente, o semaglutido é indicado para pessoas com um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou superior, e também para quem, com um IMC de 27 ou superior, tem condições associadas como a hipertensão ou diabetes tipo 2. Administrado através de injeção subcutânea semanal, o tratamento integra-se numa abordagem global que requer mudanças de estilo de vida, dieta equilibrada e exercício físico. Este medicamento tem provado ser mais eficaz do que outras opções, como a orlistat e a liraglutida, destacando-se como uma escolha preferida por pacientes e profissionais de saúde.
Impacto e popularidade: desafios para o sistema de saúde
A eficácia do semaglutido contribuiu para a sua popularidade, mas também trouxe complicações. A elevada procura pelo medicamento está a pressionar o SNS, com relatos de dificuldades na resposta ao aumento de solicitações e nos gastos crescentes associados. “Os custos imputados à saúde pública estão já na casa das dezenas de milhões de euros”, com os preços praticados pelos laboratórios a representarem um encargo significativo, especialmente quando o medicamento é comparticipado para grupos específicos.
A procura crescente e a escassez temporária complicam ainda mais o acesso e exigem soluções para garantir a equidade no tratamento sem comprometer os recursos do SNS. Em Portugal, como noutros países, é necessário um equilíbrio entre a necessidade de manter o medicamento disponível e a sustentabilidade dos serviços públicos de saúde.
O futuro do Semaglutido e a sustentabilidade do tratamento
À medida que a procura pelo semaglutido continua a aumentar, o desafio torna-se cada vez mais evidente: “será necessário encontrar soluções que garantam o acesso equitativo a este tratamento inovador, sem comprometer a sustentabilidade financeira dos serviços de saúde”. Com os benefícios comprovados para a obesidade, a gestão do medicamento no SNS precisa de uma estratégia robusta para assegurar que a luta contra a obesidade pode continuar sem sobrecarregar o sistema.
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