Uma almôndega de carne artificial foi criada em laboratório, através da utilização genética de uma espécie animal extinta desde a Era do Gelo, o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius).
Vestígios destes mamutes são regularmente encontrados sepultados no gelo do Ártico. Cientistas envolvidos no projeto identificarem a sequência de ADN deste animal, através de um banco de dados de genoma. Às lacunas existentes, os investigadores complementaram com as informações de genoma de um elefante africano e com a utilização de uma proteína presente em mamíferos, a mioglobina.
Este projeto foi criado pela startup australiana Vow e não é destinada ao consumo humano, uma vez que os investigadores não conseguem prever o potencial alérgico de uma proteína que não existe há mais de cinco mil anos.
Segundo a CNN, o objetivo é chamar a atenção para o potencial da carne produzida em laboratório, de forma a tornar a alimentação mais ecológica e, ao mesmo tempo, trazer a debate público a utilização de alta tecnologia para a produção alimentar.
“Precisamos de começar a repensar como obtemos a nossa comida. A minha maior esperança para este projeto é que mais pessoas em todo o mundo comecem a ouvir falar da carne artificial”, disse James Ryall, diretor científico da Vow, citado pela CNN.
A Singapura é o único país que aprovou a venda de carne produzido em laboratório, mas o Governo dos Estados Unidos através da Food and Drug Administration, a agência federal do Departamento de Saúde, permitiu, recentemente, que a empresa Upside Foods produza em laboratório carne artificial, com base em células vivas de galinhas, sem envolver o abate de nenhum animal.
A almôndega de mamute foi revelada na terça-feira numa cúpula de vidro no museu de ciências NEMO, nos Países Baixos.