O tempo passa para todos. As crianças tornam-se adultos com uma rapidez inusitada. Quando se é pai ou mãe é que se percebe o verdadeiro sentido de tempus fugit, expressão latina que pode ser traduzida de forma livre como “o tempo voa”. As crianças que vão para a escola entram num ciclo de rotinas que envolve os pais e aí percebemos como “o tempo foge”, pois num ápice estão a ir para a universidade ou a entrar no mercado de trabalho. Esta realidade de muitos pais pode promover alguma nostalgia, recordado o tempo em que eram eles as crianças. Nessa altura, parecia que o tempo andava devagar. O seu quotidiano era ocupado com brincadeiras que deixaram de existir, pelo menos com a regularidade e a importância que tinham na época. Então, o tempo era ocupado com jogos de rua antigos que nos faziam felizes.
Recorde 10 jogos de rua antigos…
O facto de haver agora muitos mais prédios é um facto importante, pois estas construções fazem com que as pessoas fiquem mais isoladas. Por isso, as crianças já não saem à rua para brincar. Pelo menos nas grandes cidades já não é tão comum como no passado.
Hoje em dia, as crianças estão reféns da tecnologia para se divertirem. Os telemóveis, os tablets, as consolas, os computadores e as televisões ocupam lugar de destaque no seu quotidiano. Antigamente, as crianças brincavam de forma diferente.
Será que estes jogos dos velhos tempos não trariam às crianças de hoje a mesma alegria que nos ofereciam?
Macaquinho do chinês
Este é um dos jogos de rua antigos que nos faziam felizes. Para realizar esta atividade, basta uma parede. Um jogador, deve ficar junto à parede, de frente para ela. Portanto,
de costas voltadas para os outros elementos. O jogador tem de dizer “um, dois, três, macaquinho do chinês”
Recorda-se do que deve acontecer neste momento? Os outros elementos deslocam-se o mais depressa possível para a parede, enquanto a frase é proferida pelo jogador que se encontra na parede.
Ele volta-se para os outros participantes do jogo quando acaba a frase e, quando identifica alguém que ainda se encontre em movimento, esse(s) elemento(s) tem de regressar ao ponto de partida. A primeira criança a tocar na parede sem ser vista, ganha o jogo.
Malha
Apesar de antigo, este jogo mantém a sua capacidade de encantar as crianças que o jogam. Desde o tempo dos romanos que se jogava a algo parecido com este jogo. Nessa época, recorriam a ferraduras nos cavalos do exército.
Na altura, os soldados lançavam estas ferraduras para derrubar ou chegar perto de um pau. Jogar à malha é um dos jogos de rua antigos que nos fazia felizes. Em Portugal, este jogo também é chamado de “chinquilho” em algumas zonas do país. Esta designação vem do verbo achincalhar, isto é, ridicularizar. Ora, este jogo era encarado como um jogo mais destinado às classes desfavorecidas.
Berlinde
Os berlindes foram uma das atividades que proporcionou dos momentos mais agradáveis na infância de muitas pessoas. Existem vários jogos que podem ser feitos com berlindes. Colocar os berlindes em covas e atacar os berlindes dos colegas era emocionante e permitia ficar com os berlindes dos amigos, como prémio da boa pontaria.
Os melhores jogadores tinham grandes coleções de berlindes. Recorda-se de jogar ao berlinde? Seria impossível não colocar esta atividade como um dos jogos de rua antigos que nos faziam felizes, não é verdade?
Pião
Quem gostava de colecionar piões podia apresentar modelos de várias cores e padrões.
Os piões também podiam gerar grandes emoções. Hoje em dia, é raro ver uma criança com este brinquedo. No entanto, antigamente, as crianças viviam horas de diversão com este brinquedo.
O jogo podia ser feito de diferentes formas, nomeadamente com o desenho de um círculo no chão feito a giz. Posteriormente, o objetivo passava por enrolar o pião numa corda e fazê-lo soltar com velocidade, mas com a intenção de respeitar os limites do círculo.
Embora fosse necessária alguma mestria, era possível fazer com que os outros
piões dos colegas fossem empurrados para fora desse espaço para garantir a vitória.
Macaca
Para jogar à macaca, basta ter giz para desenhar no chão as casas (retângulos) que são usadas para saltar (geralmente, eram 10). Posteriormente, usava-se uma pedra para atirar a uma dessas casas. Posteriormente, o jogador devia ir buscar a pedra saltando ao pé-coxinho.
Após apanhar a pedra, o jogador deveria regressar à casa de partida. Só se podiam colocar os dois pés em casas que estivessem lado a lado. Jogar à macaca garantia horas de diversão. Por isso, está na lista de jogos de rua antigos que nos faziam felizes.
Corda humana
Um jogador estava destinado a caçar os colegas que tinham a missão de tentar escapar num espaço relativamente limitado. Sempre que o jogador apanhava alguém, essa pessoa entrava na corda humana, dando a mão ao jogador que o apanhou.
Posteriormente, os elementos que estavam na corda humana, tentavam caçar os outros elementos, sendo estes adicionados à corda à medida que eram apanhados. A criança apanhada ficava sempre como último elemento da corda humana. Na outra ponta, estava o jogador inicial que começou a caçar os colegas. A última criança a ser tocada vencia o jogo.
Recorda-se da diversão que sentia quando jogava à Corda Humana? Por isso, este é um dos jogos de rua antigos que nos fazia felizes.
Saltar ao Eixo
Este jogo tradicional era muito popular antigamente. Era possível ter vários jogadores a divertirem-se por horas com o Jogo do Saltar ao Eixo.
Não era necessário material específico para garantir essa diversão. Os jogadores deveriam estar separados por uma distância de 3 m, sensivelmente. Idealmente, o jogo deveria desenrolar-se num terreno de forma circular.
O jogo consiste em conseguir saltar sobre um colega com as pernas afastadas. Nesse momento, o jogador saltador deveria colocar as mãos sobre as costas do colega que deveria estar dobrado sobre si mesmo.
Após realizar o salto, era a vez de um dos restantes jogadores proceder do mesmo modo, havendo uma fila de outros colegas a representar o mesmo desafio. Os que eram maiores representavam um desafio mais exigente. O jogo garantia muito tempo de boa disposição, porque continua sempre até que se deseje parar.
Ioiô
Quem nunca recorreu a este brinquedo de origem muito antiga para se entreter? Apesar da sua antiguidade, o ioiô é um dos jogos de rua antigos que nos fazia felizes.
Seja quando se está com amigos ou sozinho, o ioiô é um fiel companheiro que permite passar bons momentos, especialmente quando se aprendem alguns truques, como o “passeio do cãozinho” e o “cai e vem”, por exemplo.
Escondidas
Este é um dos jogos de rua antigos que nos fazia felizes e as crianças ainda adoram jogar às escondidas, mas não o fazem com tanta frequência.
Os pais que mantêm o seu espírito mais jovial aproveitam a oportunidade para voltar a jogar às escondidas quando os seus filhos necessitam de uma atividade. No entanto, fazê-lo por casa com os pais não é o mesmo que fazê-lo na rua com os amigos…
Elástico
Recorda-se de jogar ao elástico? Este é seguramente um dos jogos de rua antigo que nos fazia felizes. Deixe-nos recordar a atividade. Seguramente que jogou ou viu outras crianças divertirem-se a jogar ao elástico.
Este jogo requer um elástico com cerca de 5 metros. Primeiro, é necessário dar um nó nas pontas do elástico para preparar a atividade. Dois elementos que servem de apoios devem
ficar afastados a uma distância considerável (1,5 m, pelo menos).
O elástico deve ser colocado à altura dos tornozelos destes apoios, que devem afastar as pernas para que o elástico apresente um retângulo desenhado, paralelo ao chão.
O objetivo é os miúdos saltarem por cima e para dentro do espaço criado, sem tocarem no elástico ou tropeçar nele, podendo seguir determinadas coreografias já definidas. O elástico deve subir um nível, após todos os jogadores terminarem de saltar. Passa para a altura dos joelhos e, posteriormente, para as coxas e quadris.
Os pais querem que os filhos sejam felizes. Ora, para tal acontecer, é importante deixá-los brincar, preferencialmente na rua e ao ar livre. Estes jogos de rua antigos que nos faziam felizes fazem-nos recordar a nossa infância e os finais de tarde em que se brincava com os amigos à porta de casa.
Essa liberdade, o espírito de aventura que se vivia e a felicidade que se sentia também podem trazer benefícios às crianças de hoje, que estão cada vez mais afastadas deste meio, ficando fechadas em casa, com a tecnologia.
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