A enfermeira Sandra Gomes luta pela segunda vez pela vida contra um cancro da mama. Há um medicamento que a pode ajudar a continuar viva, no entanto o fármaco em causa não está disponível para este tipo de cancro no SNS e são precisos milhares de euros para ter acesso ao medicamento no privado. Sandra contou o seu testemunho ao POSTAL.
A mulher de 40 anos, licenciada em Enfermagem, começa por referir que neste momento se encontra “com uma recidiva ganglionar do meu carcinoma triplo negativo”.
A história clínica da mulher começou quando “em março de 2016 foi-me diagnosticado um carcinoma ductal invasivo, estádio III, triplo negativo. Fui submetida a 8 sessões de quimioterapia, cirurgia (mastectomia radical à esquerda com esvaziamento ganglionar e axilar) e para finalizar, 33 sessões de radioterapia”, explica Sandra.
O primeiro cancro foi combatido com sucesso: “em junho de 2022, tive alta clínica do hospital de Faro onde fui seguida desde 2016, senti uma sensação de alívio”, mas como a enfermeira descreveu, “não tardou muito em tornar-se novamente o meu maior pesadelo”.
Sandra, em novembro do ano passado, através de alguns exames de rotina num hospital privado, ficou a saber que estava com uma recidiva ganglionar. Neste momento encontra-se a ser seguida no hospital de Santa Maria, em Lisboa, para combater o cancro pela segunda vez.
Sandra iniciou a 20 de janeiro a quimioterapia do segundo cancro e “foi pedido um fármaco/imunoterapia, o Pembrolizumab, ao Infarmed para ser administrado em conjunto com a minha quimioterapia. Este fármaco já é administrado noutros tipos de cancro em Portugal e comparticipado pelo SNS. Desde dia 5 de janeiro que aguardo resposta. O custo de cada sessão com este medicamento é de 10 a 12 mil euros nos hospitais privados em Portugal. Não tenho como pagar esses valores”.
“Foi também aprovado um PAP [programa de acesso precoce a medicamentos] no passado dia 5 de abril, de acesso ao fármaco para 50 mulheres que apresentem a doença pela primeira vez, sendo eu uma recidiva, fui excluída”, finaliza.