Portagens são abolidas para os residentes e as obras na 125 terminam finalmente.
Há mais vida no Algarve e menos sangue.
Todos os estabelecimentos que se mantêm abertos no Inverno pagam menos pela luz e água e recebem incentivos fiscais.
O deserto deixa de existir e os camelos partem da região em busca de outras paragens.
Todas as cores políticas assinam um plano de marketing turístico conjunto para cinco anos, independentemente de quem estiver no poder, o compromisso é o bem da região.
Um plano coerente, duradouro, sustentado. A credibilização duma estratégia regional e o enterro tardio de devaneios pessoais e de desperdícios orçamentais. Sem desculpas.
Vejo um ‘hub’ da TAP em Faro. Alemanha, Inglaterra, Holanda, Irlanda e todos os outros países para onde vão voar a partir da nossa bela capital.
Finalmente, a companhia lembra-se que é portuguesa, que nós algarvios também o somos e voa sobre as asas da nossa imaginação em rotas onde toda a gente soube fazer dinheiro e viabilizá-las, menos eles.
Chegou o dia… asas portuguesas a unir o Algarve com o resto da Europa… voa TAP voa… décadas depois mas ainda vais a tempo… porque nós sabemos perdoar a quem nos quer bem.
E por falar em perdoar.
Até o mês de Agosto mudou.
Já ninguém insulta os nossos conterrâneos, já ninguém olha para nós como colónia balnear do imperialista berloquiano que aproveita as suas férias para estragar a vida dos outros.
Já não nos olham como seus escravos.
Os cafés, os bares, os restaurantes não servem copos de água da torneira gratuitos a quem ocupa as esplanadas e se “pela” pelo wi-fi gratuito e onde passam horas.
Não mais “se não fossemos nós morriam à fome”.
Isso faz parte do passado.
Vem quem nos respeita e nos quer bem.
Quem gosta de nós e nós retribuímos como sempre o fizemos.
A minha região forte, unida e a uma só voz.
A voz da defesa da nossa região, da nossa cultura, dos nossos direitos daquilo a que sempre tivemos direito e nunca nos quiseram dar.
E nós não soubemos tirar.
Finalmente chegou a hora em que o poder central treme sempre que respiramos e se encolhe sempre que nos sai um espirro.
É a força do Algarve.
A força duma história feita de história.
Velhos e novos. De todas as cores. Mas com a mesma mãe: Algarve.
O terminar de viver de joelhos para morrer de pé.
Nasce das cinzas um novo orgulho algarvio.
Estamos de volta. Chegou a hora.
Enquanto o Sol bate na minha persiana e ilumina o meu quarto, o escuro da realidade envolve a minha alma.
Era apenas um sonho. Um sonho.
E se fosse realidade?