A Inteligência Artificial (IA) tem vindo a ser usada em diferentes áreas do conhecimento humano. Um dos campos em que mais recentemente demonstrou utilidade foi na psicologia das cores, ou seja, no estudo que avalia de que forma a sua cor favorita influencia as suas emoções, decisões e comportamentos.
Recorrendo a dados recolhidos de vários estudos psicológicos e testes de personalidade, a IA cruzou preferências cromáticas com níveis de desempenho cognitivo e emocional. A investigação, destacada pelo jornal espanhol El Economista, aponta para relações estatísticas curiosas entre certas cores e a inteligência.
A análise não tem valor absoluto nem deve ser interpretada como um diagnóstico. No entanto, apresenta correlações que merecem atenção, principalmente no que diz respeito à forma como as preferências visuais podem refletir traços de personalidade e capacidade mental.
Cores que podem indicar menor desempenho
Entre os dados recolhidos pela mesma fonte, três cores surgem frequentemente associadas a resultados menos positivos em testes de criatividade, resolução de problemas ou inteligência emocional. Essas cores são o castanho, o cinzento e o preto.
O castanho, embora frequentemente associado à natureza e à segurança, foi identificado pela IA como uma cor que, quando preferida, pode indicar menor flexibilidade mental e níveis mais baixos de criatividade.
O cinzento, por ser uma tonalidade neutra e pouco marcante, apareceu relacionado com falta de iniciativa ou menor motivação. As pessoas que indicaram esta cor como favorita tendem, segundo a análise, a revelar níveis de energia mental mais reduzidos.
Já o preto, apesar de estar ligado à elegância e sobriedade, mostrou correlação com emoções mais negativas, como pessimismo ou distanciamento. A IA associou esta preferência a desempenhos mais fracos em testes de inteligência emocional.
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Cores associadas a maior inteligência
No lado oposto do espectro cromático, a IA encontrou cinco cores com presença constante entre pessoas com melhores resultados em testes cognitivos e emocionais: azul, verde, amarelo, roxo e laranja.
O azul, ligado à tranquilidade e à concentração, foi especialmente comum entre indivíduos com forte capacidade analítica e estabilidade emocional. É também uma cor que favorece ambientes de trabalho e aprendizagem.
O verde destacou-se por estar associado a equilíbrio e organização mental. Pessoas que referem esta cor como favorita demonstraram, segundo o estudo, maior capacidade de adaptação e bom desempenho em tarefas de memória.
O amarelo, cor viva e energética, apareceu entre os preferidos de indivíduos com grande criatividade e espírito inovador. Esta cor foi também associada a pessoas com maior entusiasmo por desafios intelectuais.
Personalidade emocional e escolhas cromáticas
O roxo, historicamente ligado à intuição e ao pensamento profundo, foi identificado como uma cor escolhida por pessoas com elevado nível de sensibilidade emocional e boa capacidade de empatia.
Já o laranja, pela sua energia e intensidade, foi associado a perfis mentais ágeis, com maior facilidade em comunicar e em desempenhar tarefas em ambientes dinâmicos ou de grupo.
Apesar das tendências identificadas, o El Economista reforça que os especialistas recordam que as preferências por determinadas cores podem mudar ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto pessoal, cultura ou até pelo estado emocional do momento.
Não é regra, mas pode ser um indicador
Importa reforçar que este estudo conduzido com apoio da IA não pretende rotular pessoas com base em gostos visuais. Trata-se apenas da identificação de padrões estatísticos, que podem oferecer novas ferramentas para a análise do comportamento humano.
A inteligência é uma característica complexa, influenciada por múltiplos fatores, incluindo a educação, o ambiente e até a saúde mental. As cores que usamos ou preferimos podem ser apenas uma peça num quadro muito mais vasto.
Uma nova forma de compreender as escolhas
Este tipo de investigação pode ter aplicação em áreas como o design de espaços educativos, o recrutamento, ou mesmo o marketing, mas não substitui a avaliação individual feita por profissionais.
A IA continua a ser uma ferramenta em desenvolvimento, capaz de reconhecer padrões em grandes quantidades de informação. Neste caso, a análise das cores poderá contribuir para uma melhor compreensão das relações entre estética, emoção e capacidade mental.
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