A União Europeia está a intensificar esforços para reforçar a sua capacidade militar, numa resposta direta à guerra na Ucrânia e às incertezas em torno das negociações de cessar-fogo entre os Estados Unidos e a Rússia. Vários países já consideram o alargar do serviço militar obrigatório, inclusivamente para mulheres.
Vários países do bloco comunitário estão a considerar o regresso do serviço militar obrigatório, numa tentativa de fortalecer as suas forças armadas. Na Dinamarca, onde já era obrigatório para os homens, a medida foi alargada às mulheres. A Letónia, que reintroduziu o recrutamento em 2024, prevê também incluir as mulheres até 2028.
Dinamarca alarga recrutamento a mulheres
De acordo com a Executive Digest, a Dinamarca começará a recrutar mulheres a partir do próximo ano, como parte das reformas para aumentar o número de militares. A partir de 1 de julho de 2025, todas as jovens dinamarquesas que completarem 18 anos poderão participar no Dia das Forças Armadas, evento que ocorrerá em 2026.
Sorteio para recrutamento militar
Durante essa celebração, as mulheres terão de sortear um número em condições iguais às dos homens. Caso não haja voluntárias suficientes, serão selecionadas para o serviço militar através desse sorteio. “Dada a situação atual em termos de política de defesa e segurança, as Forças Armadas precisam de recrutar mais pessoal”, afirmou o ministro da Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen.
Exemplos da Noruega e da Suécia
Antes da Dinamarca, outros países já tinham implementado o recrutamento militar obrigatório para mulheres. A Noruega, desde janeiro de 2015, possui um sistema de recrutamento neutro em termos de género, com um período de serviço de 19 meses.
A Suécia seguiu um caminho semelhante. Em 2010, o país aboliu o serviço militar obrigatório, mas reintroduziu-o em janeiro de 2018, incluindo tanto homens como mulheres a partir dos 18 anos. A duração do serviço varia entre seis e 15 meses, dependendo da função desempenhada.
Serviço militar obrigatório em África
Fora da Europa, vários países também adotam o recrutamento militar obrigatório para mulheres. No continente africano, a Eritreia impõe um período de serviço igual para homens e mulheres, com uma duração de 16 meses.
Além da Eritreia, outros países africanos onde o recrutamento feminino é obrigatório incluem Chade, Guiné-Bissau, Mali, Moçambique, Cabo Verde e Níger. Já na Costa do Marfim, embora a lei determine o recrutamento, a medida não tem sido aplicada na prática.
Inclusão de mulheres no serviço militar na Ásia
Na Ásia, há países que também exigem a participação das mulheres nas forças armadas. A Birmânia, a China, Timor-Leste e a Coreia do Norte incluem mulheres nos seus sistemas de serviço militar obrigatório.
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Timor-Leste e a obrigatoriedade do recrutamento
Em Timor-Leste, o recrutamento foi regulamentado por uma resolução de 2020 e aplica-se a homens e mulheres entre os 18 e os 30 anos. O tempo de serviço é de 18 meses, garantindo que ambos os géneros contribuem para a defesa nacional.
Igualdade de género e modernização militar
A crescente tendência para incluir as mulheres no serviço militar obrigatório reflete mudanças na perceção da igualdade de género e na necessidade de reforçar os contingentes militares face às atuais ameaças globais.
Diversidade e resiliência nas forças armadas
Especialistas apontam que a introdução do serviço militar para mulheres poderá aumentar a diversidade e a resiliência das forças armadas, permitindo um aproveitamento mais amplo das capacidades da população.
Debate sobre a obrigatoriedade do serviço militar
Embora a medida tenha gerado algum debate, muitos governos justificam-na com a necessidade de modernizar os seus exércitos e garantir uma resposta eficaz a eventuais conflitos no futuro.
Prioridade na defesa e na preparação militar
As alterações nos sistemas de recrutamento em vários países mostram que, perante um cenário internacional instável, a aposta na defesa e na preparação militar tem-se tornado uma prioridade para diferentes nações.
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