Ano novo, vida nova. Esse é o ditado que usamos todos os anos, quando depois terminamos por não mudar nada. Ainda assim 2024 promete mudar, e bastante. Neste ano que acabámos de entrar mais de 50 países vão efetuar atos eleitorais durante todo o ano, onde se espera que um quarto da população mundial irá exercer o seu direito de voto. Nós próprios vamos ter dois atos eleitorais em Portugal – dia 10/03 e 9/06 – ambos atos eleitorais relevantes para a manutenção do processo democrático.
É entre os dias 6 e 9 de junho que elegeremos 720 deputados ao Parlamento Europeu, dos quais 21 Portugueses. Todavia, estas eleições são deveras importantes para a continuidade do projeto europeu.
Em 2019, a Extrema-Direita surgiu com força no continente europeu, Portugal foi a primeira vez que a sentiu, mas noutros países ela já existia. Nesse ano 76 deputados europeus foram eleitos pelo partido populista Identidade e Democracia – partido em que o CH integra. Algo que num universo de 750 deputados, na altura, não era muito. Entretanto já estamos em 2024 e o continente europeu e o seu mundo político já não é o que era. O enaltecimento da teoria de securitização no discurso anti migratório ou a tentativa da polarização da sociedade europeia são assuntos da agenda dos políticos anti-liberais por toda a Europa. Tanto é que neste momento, a Europa, o grande continente protetor da democracia liberal já se encontra com 6 países que não se podem caracterizar como democracias plenas – chamam-lhes de regimes híbridos.
No final do ano passado o índice da democracia mundial indicava que o mundo estava em declínio pois o valores estavam iguais aos de 1986. Um verdadeiro retrocesso no processo democrático, apesar disso, algo não surpreendente tendo em vista que 72% do mundo vive em regimes autocráticos. E aqui lanço a questão, e a Europa?
Temos duas opções. É sabido que os apoiantes da direita populista se mobilizam muito mais do que qualquer moderado até às urnas, o desafio cabe à maioria da população sair de casa e dirigir-se às urnas e votar. Caso contrário as repercussões causadas pela alta abstenção nas europeias podem destruir aquilo que até agora foi construído por aqueles que acreditaram no projeto europeu e veem na europa o futuro. A Europa não é só fundos nem a imigração, a Europa somos todos nós, a europa é tanto a nossa moeda única como um carregador universal. A Europa é nossa, e cabe a nós guarda-la, pois há muita gente que a quer ver destruída.
*David Heijselaar, 20 anos, nascido e criado em Lagos, onde viveu até aos 17 anos, idade com a qual foi estudar para Lisboa. O seu interesse sobre a UE surgiu através do programa do EPAS, o qual participou com a sua escola secundária.
Atualmente, encontra-se a frequentar a licenciatura em Estudos Europeus e Relações Internacionais na Universidade Lusófona – Centro Universitário de Lisboa.
Durante a licenciatura já participou em diversas atividades relacionadas com o curso, nomeadamente o EYE2023, o qual lhe permitiu viajar até Estrasburgo e conectar-se com a política europeia.
Interessa-se sobre política nacional e europeia e espera um dia vir a ter uma voz que faça diferença no mundo.
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