O presidente da Câmara de Vila Real de Santo António garantiu na quarta-feira da passada semana que vai prosseguir com a trajetória que colocou o município como o terceiro que mais reduziu a dívida em 2023, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses.
O Anuário, apresentado na terça-feira, destaca “entre os municípios que mais desceram o respetivo passivo exigível” Castelo Branco (-30,1%), Murça (-32,6%) e Vila Real de Santo António (-34,5%).
Citado numa nota enviada à Lusa, em reação aos dados do documento, o presidente daquele município do distrito de Faro, Álvaro Araújo considerou que este resultado “é o reflexo do trabalho intenso e do compromisso” assumido junto dos munícipes e dos credores de baixar a dívida.
“Estamos a inverter uma situação difícil e a construir um futuro mais sustentável para Vila Real de Santo António. A redução de 34,5% no passivo exigível e o aumento da nossa independência financeira são conquistas que nos permitem olhar com confiança para novos projetos e para a melhoria dos serviços prestados”, afirmou.
Aquela câmara, que durante vários anos foi considerada uma das mais endividadas do país, vai “continuar firme no cumprimento” das suas obrigações para “restabelecer o equilíbrio financeiro do concelho”, reiterou o seu presidente (PS), cuja eleição, em 2021, pôs termo a 16 anos de maioria do PSD.
Na nota, a Câmara de Vila Real de Santo António destacou que se trata de “uma das maiores reduções de dívida a nível nacional em 2023, refletindo um esforço de gestão financeira rigorosa e compromisso com a sustentabilidade das contas públicas”.
“Para além da redução da dívida, Vila Real de Santo António destacou-se ainda em outros indicadores financeiros. Em 2023, o município foi o terceiro a nível nacional com maior amortização de empréstimos, totalizando um valor superior a sete milhões de euros — a maior amortização já registada” no município, quantificou.
A autarquia está, assim, determinada em manter o “compromisso” de “reduzir o endividamento colossal herdado de gestões anteriores” para poder “libertar recursos para investimentos prioritários” e trabalhar para a “melhoria dos serviços prestados à população”.
“Apesar do progresso evidente, o município ainda enfrenta desafios consideráveis decorrentes da herança financeira do passado. Entre 2013 e 2023, Vila Real de Santo António registou o maior valor de encargos financeiros por habitante, com um custo superior a 1.100 euros por habitante, o que destaca a necessidade de manter uma gestão prudente e disciplinada”, advertiu.
Apesar das dificuldades com que se confronta, a autarquia considera estar “no caminho certo” para alcançar a “sustentabilidade financeira” e aliviar os encargos para os munícipes, conclui a nota.
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