Um Sporting avassalador, com Gyökeres a assinar três golos, somou esta sexta-feira a terceira vitória (5-0) no mesmo número de jogos na Liga portuguesa de futebol, ‘devorando’ o Farense na ‘casa emprestada’ dos algarvios.
Na abertura da terceira ronda, os tentos do avançado internacional sueco, aos 27, 41, de grande penalidade, e 66 minutos, o autogolo de Lucas Áfrico (69) e o tento de Marcus Edwards (81) deixam a formação de Rúben Amorim isolada, à condição, na liderança, uma semana antes do ‘clássico’ com o FC Porto, que no sábado recebe o Rio Ave.
No Estádio Algarve, recinto que será a ‘casa emprestada’ do Farense apenas contra os três ‘grandes’, por razões financeiras, o clube algarvio garantiu a receita ansiada, com 17.793 espetadores, mas sairá da terceira ronda com três derrotas em três jogos.
Face à derrota (1-0) em casa do Rio Ave, o técnico do Farense surpreendeu com a inclusão no ‘onze’ de Geovanny, mais um jogador oriundo da equipa de sub-23, além do regressado Marco Matias, enquanto Rúben Amorim não operou mudanças à equipa ‘leonina’ que goleou (6-1) o Nacional, no Funchal, na jornada anterior.
Depois do ‘bailinho’ da Madeira, o Sporting entrou a dançar o ‘corridinho’ algarvio e protagonizou 45 minutos de grande intensidade e qualidade, com o 2-0 ao intervalo a parecer lisonjeiro para um Farense ‘ausente’ da partida.
Praticamente desde o apito inicial, os algarvios foram ‘engolidos’ pela pressão da formação sportinguista, que entrou em jogo ‘com tudo’, roubando várias bolas e acelerando em transição, visando constantemente a baliza contrária.
Além de algumas tentativas sem a direção apropriada ao alvo, o ‘assalto’ do Sporting à baliza anfitriã só não teve sucesso imediato porque o guardião Ricardo Velho mostrou-se em grande plano com duas excelentes defesas, em remates de Pedro Gonçalves (quatro minutos) e Gyökeres (16).
O ascendente do campeão em título continuou bem evidente e, depois de mais uns remates intercetados, teve finalmente expressão prática no marcador, aos 27 minutos, com Ricardo Velho a evitar o primeiro ‘tiro’ de Daniel Bragança, mas a não ter resposta para a recarga do sueco Gyökeres.
Belloumi tentou ameaçar, logo a seguir, com corte decisivo de Gonçalo Inácio a impedir a igualdade, mas o Farense continuou ‘asfixiado’ pelo futebol impositivo e envolvente do Sporting.
Os ‘verde e brancos’ aumentaram a diferença perto do intervalo, aos 41 minutos, numa grande penalidade cobrada por Gyökeres, após mão de Lucas Áfrico, com Tiago Martins a confirmar a decisão que tinha tomado inicialmente, mesmo chamado a ver o lance pelo videoárbitro.
No segundo tempo, a equipa orientada por Rúben Amorim continuou a dominar o jogo, embora com menor dinâmica, com as mexidas de José Mota a permitirem um ligeiro assomo do seu conjunto à baliza ‘leonina’.
O Sporting ameaçou o 3-0 por Trincão, aos 65 minutos, com um remate de belo efeito ao lado, mas seria o ‘suspeito do costume’ a assinar o seu terceiro golo da noite no minuto seguinte, num remate de pé esquerdo.
O Farense ‘baixou os braços’ em definitivo, permitindo que a goleada se acentuasse, primeiro com um golo na própria baliza de Lucas Áfrico, aos 69, e depois com um grande golo de Marcus Edwards, que saiu do seu meio-campo em condução e, já na área contrária, ‘serpenteou’ entre Cláudio Falcão e Marco Moreno antes do remate decisivo, aos 81.
Até ao apito final, Gyökeres, melhor marcador do campeonato com seis golos, ainda desperdiçou o ‘poker’, com dois remates ao lado, aos 85 e 90 minutos.
Declarações após o jogo Farense-Sporting (0-5)
– José Mota (treinador do Farense): “É muito difícil parar o Sporting, realmente. O Sporting é uma belíssima equipa, nem temos adjetivos para falar do trabalho desenvolvido pelo Sporting ao longo destes anos. Ora joga apoiado, ora joga na profundidade, sabe criar uma série de dinâmicas, jogadores com inteligência e capacidade técnica muito acima da média.
O Sporting é uma equipa muito agressiva à perda da bola, reage com muita determinação, está incutido o trabalho, os jogadores ganham os duelos, conseguem tirar da zona de pressão. É uma equipa que dá gosto ver jogar.
Agora, há outra equipa, que é a minha, neste caso o Farense, hoje. Ou uma equipa que não foi aquilo que deveria ser. Porque quando se joga com equipas ‘grandes’, e com a qualidade deste Sporting, se os deixarmos jogar entrelinhas, por fora, por dentro, à vontade, sabem que têm muita dificuldade.
Os jogadores do Sporting jogaram sempre muito livres, sempre com muito espaço. Nós fomos pouco agressivos em todos os setores do campo e muito permeáveis em zona defensiva. É impossível jogar assim, devíamos ter sido muito mais agressivos.
Quando defrontamos adversários com esta qualidade, temos de ser humildes, reconhecer a superioridade do adversário, saber o que temos de fazer. A estratégia e o plano definido tem de ser cumprido.
Assumo completamente a responsabilidade de que não fomos essa equipa. O Sporting jogou como quis, venceu o jogo como lhe apeteceu. E, portanto, eu como treinador assumo a responsabilidade de que a estratégia que planeei para este jogo, se calhar na ideia era interessante, mas na prática, não sucedeu, porque não a soubemos interpretar.
5-0 é um resultado merecido para o Sporting. Nós devíamos ter sido outra equipa, muito mais organizados, muito mais agressivos, muito mais disciplinados, porque nós também não somos esta equipa que fomos hoje, somos melhores”.
– Rúben Amorim (treinador do Sporting): “Para se ganhar jogos é preciso marcar golos e hoje voltámos a fazê-lo, com muitas oportunidades. E não sofrer golos. Também não é só isso, é a quantidade de oportunidades que damos.
Contra o Nacional, com um resultado avolumado, demos algumas oportunidades, hoje menos, uma ou duas, acontece durante o jogo, principalmente com o Belloumi, um jogador com muita qualidade.
Precisávamos de um jogo sem sofrer golos, e acho que ficaram alguns golos por marcar, também porque o Farense foi atrás da bola e nós, com jogadores muito fortes no ‘um para um’, complicámos ainda mais o jogo.
[Bom arranque antes do ‘clássico’ com o FC Porto] Acima de tudo, explicar aos jogadores que cada jogo tem a sua história. Pouca coisa do que nós levamos destes dois jogos fora, em que conseguimos golear os adversários, o jogo é completamente diferente em Alvalade, porque vamos jogar com uma equipa completamente diferente.
O que nós levamos é um bom sentimento, coisas para melhorar, mas a observação vai ser feita muito em relação ao que fizemos na Supertaça, e ao que o FC Porto mudou nestes últimos jogos.
Levamos uma coisa importante, para mim, que são nove pontos, um sentimento bom, uma alegria e isso ajuda a preparar qualquer jogo. O que vamos usar é a nossa boa disposição para trabalharmos muito, sabendo que o jogo a seguir terá uma história completamente diferente.
[Sporting diferente da Supertaça] Espero que sim, porque também temos de aprender alguma coisa. Vamos estar melhor fisicamente, o FC Porto também vai estar melhor fisicamente, temos um jogo há tão pouco tempo que conseguimos olhar para as nuances e tentar adivinhar o que o adversário irá fazer e o que podemos aproveitar de melhor.
Seria mau sinal se não fosse um Sporting diferente, em pequenas coisas ou com maior rendimento, mas será um FC Porto também diferente e confiante”.
Jogo disputado no Estádio Algarve, em Faro
Farense – Sporting, 0-5
Ao intervalo: 0-2
Marcadores:
- 0-1, Gyökeres, 27 minutos.
- 0-2, Gyökeres, 41 (grande penalidade).
- 0-3, Gyökeres, 66.
- 0-4, Lucas Áfrico, 69 (própria baliza)
- 0-5, Marcus Edwards, 81.
Equipas:
– Farense: Ricardo Velho, Rivaldo Morais, Marco Moreno, Lucas Áfrico, Talys (Pastor, 78), Cláudio Falcão, Ângelo Neto (Rafael Barbosa, 46), Geovanny (Filipe Soares, 78), Belloumi, Marco Matias (Álex Millán, 59) e Tomané (Darío Poveda, 59).
(Suplentes: Lucas Cañizares, Pastor, Artur Jorge, Raúl Silva, Rafael Barbosa, Filipe Soares, Darío Poveda, Álex Millán e Elves Baldé).
Treinador: José Mota.
– Sporting: Kovačević, Eduardo Quaresma (Debast, 72), Diomande (Matheus Reis, 86), Gonçalo Inácio, Geovany Quenda (Nuno Santos, 63), Morita, Daniel Bragança (Marcus Edwards, 72), Geny Catamo, Trincão, Pedro Gonçalves (Dário Essugo, 86) e Gyökeres.
(Suplentes: Franco Israel, Ricardo Esgaio, Fresneda, Debast, Nuno Santos, Matheus Reis, Dário Essugo, Marcus Edwards e Rodrigo Ribeiro).
Treinador: Rúben Amorim.
Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Daniel Bragança (10), Cláudio Falcão (14), Tomané (50), Marco Moreno (51) e Lucas Áfrico (83).
Assistência: 17.793 espetadores.
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