O médio João Neves revelou esta segunda-feira que a transferência para o Paris Saint-Germain já podia estar “resolvida há muito tempo”, caso o Benfica e o futebolista quisessem mesmo que o desfecho fosse a saída do clube da Luz.
“Foi muito difícil, porque se eu quisesse mesmo ir embora, e se o Benfica quisesse mesmo que eu fosse embora, já tínhamos resolvido isto há muito tempo. Tentámos até ao máximo e chegámos a um consenso. Achámos o melhor das duas partes, em termos financeiros é bom para o clube e é bom para mim”, afirmou, em entrevista ao emblema ‘encarnado’.
A transferência para Paris foi falada durante muitas semanas, com o médio internacional português, de 19 anos, a dar conta de como tudo se desenrolou antes de assinar até 2029 com o campeão de França.
“Nem eu, nem a minha família ligou a quem quer que seja para forçar a minha saída, ou qualquer outro tipo de assunto relacionado com o João Neves querer sair. Nem o Benfica quis que eu saísse. Está muito bem vincado e muito bem presente na minha cabeça. Falei algumas vezes com o presidente, tínhamos sempre a mesma opinião. Não foi fácil para o presidente. Nas reuniões que eu tive com ele, o presidente estava muito emotivo, porque se tratava de mim”, confessou.
O desafio que se segue na capital gaulesa “assusta” o internacional português, que protagonizou a sexta maior venda do Benfica, por 59,9 milhões de euros (ME), uma vez que sai da sua “zona de conforto”.
“Claro que assusta, saio da minha zona de conforto. Vou sair para um país diferente, para uma realidade diferente, língua diferente, ainda não estou muito seguro do que é que eu posso fazer lá, mas vou dar o meu máximo. Essa é a minha natureza, dar o meu máximo onde quer que eu esteja, porque sei que, se der o meu máximo, estarei sempre mais próximo de alcançar os meus objetivos”, explicou.
Neves estreou-se pela mão do treinador Roger Schmidt, em dezembro de 2022, numa derrota com o Sporting de Braga, acabando essa temporada com 20 partidas e como titular dos ‘encarnados’, pelo que não se esqueceu de dirigir palavras elogias ao alemão na hora da despedida.
“Foi ele que me deu a oportunidade, foi ele que acreditou em mim, se calhar quando eu também não acreditava que estava preparado para fazer o meu primeiro jogo a titular contra o Estoril. Eu tenho uma dívida muito grande, porque foi ele que me pôs nesta situação. Nunca me esquecerei do ‘mister’ Roger Schmidt”, agradeceu.
Quanto aos jogadores com quem jogou na Luz quis destacar o extremo Ángel Di María, pelo “pé esquerdo mágico e a precisão fora do normal”, assim como Chiquinho, agora nos gregos no Olympiacos, face à “qualidade, maneira de estar e de trabalhar”.
No balneário no campeão francês Neves vai encontrar os companheiros de seleção Nuno Mendes, Danilo Pereira, Vitinha e Gonçalo Ramos.
João Neves, de apenas 19 anos, esteve ligado às ‘águias’ desde sempre, numa primeira fase integrado nas escolas do clube em Tavira e Faro, e a partir de 2016/17 no Benfica Campus, no Seixal, onde percorreu todos os escalões de formação até atingir equipa principal em 2022/23.
Na época passada, consolidou-se definitivamente como uma das principais opções do treinador, com 55 encontros, 49 dos quais como titular, e três golos em todas as competições.
Deixa a Luz com um total de 75 jogos e quatro golos pelo conjunto principal, pelo qual arrecadou um título de campeão nacional e uma Supertaça Cândido de Oliveira.
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