O Moreirense entrou na I Liga portuguesa de futebol com um triunfo na visita ao Farense, por 2-1, na primeira jornada, com a equipa minhota a chegar ao golo da vitória quando já estava reduzida a 10 jogadores.
Em Faro, a formação de Moreira de Cónegos adiantou-se no marcador com um golo de Maracás, aos sete minutos, mas os algarvios empataram, aos 66, por intermédio de Álex Bermejo, numa altura em que já tinha mais um jogador em campo, após a expulsão de Sidnei Tavares, dois minutos antes.
Mesmo em inferioridade numérica, o Moreirense, agora treinado por César Peixoto, chegou ao triunfo aos 79, com um golo de Asue, e juntou-se a Santa Clara, FC Porto, Sporting, Famalicão e Boavista entre os vitoriosos da primeira ronda.
Triunfo em inferioridade numérica
O Moreirense, em inferioridade numérica na última meia hora, conseguiu vencer no terreno do Farense, por 2-1, na primeira jornada da I Liga de futebol 2024/25, assinalando da melhor maneira o regresso de César Peixoto ao banco.
Os golos de Maracás, aos sete minutos, e de Luís Asué, aos 79, deram a vitória, justificada pela boa exibição, à equipa de Moreira de Cónegos, que viu Sidnei Tavares ser expulso, aos 64, e o Farense igualar momentaneamente, por Álex Bermejo, aos 66.
O Moreirense, equipa revelação da época transata, começa assim a nova temporada entre os primeiros líderes da I Liga, para já na companhia de Santa Clara, FC Porto, Sporting, Famalicão e Boavista.
A equipa algarvia registou seis novidades no ‘onze’, com cinco reforços (Marco Moreno, Lucas Áfrico, Ângelo Neto, Filipe Soares e Darío Poveda) e Rivaldo Morais regressado de empréstimo, enquanto nos ‘cónegos’ o técnico César Peixoto, que regressou para suceder a Rui Borges, manteve a ‘espinha dorsal’ da época passada e colocou apenas uma ‘cara nova’, o médio Sidnei Tavares.
O Moreirense, posicionado em ‘4-2-3-1’, com Madson em grande evidência na primeira parte – os forasteiros carrilaram bastante jogo pela direita, com várias ações individuais do extremo brasileiro –, entrou muito melhor na partida, perante um Farense apático, em ‘4-3-3’.
Madson ameaçou logo aos dois minutos, num remate fraco e à figura, mas aos sete minutos cruzou a preceito, na marcação de um livre, para o segundo poste, onde surgiu o central Maracás, nas ‘costas’ da marcação algarvia, a cabecear com sucesso.
Em vantagem, e aproveitando alguma passividade algarvia a meio-campo, a formação minhota continuou mais dominadora, com Antonisse a desperdiçar uma excelente oportunidade para aumentar a diferença, aos 18 minutos.
O Farense abusou muitas vezes de cruzamentos sem finalização à altura dentro da área e só criou perigo num remate de Cláudio Falcão, que saiu às malhas laterais, aos 24 minutos.
Até ao intervalo, o Moreirense teve as melhores ocasiões, com Madson a proporcionar, à passagem da meia hora, a primeira grande defesa da época a Ricardo Velho – eleito o melhor guarda-redes da I Liga em 2023/24.
O reinício de jogo não trouxe grandes mudanças e, depois de José Mota operar as primeiras substituições, os minhotos voltaram a ameaçar, aos 59 minutos: Alanzinho acertou na barra, na marcação de um livre em que a trajetória da bola traiu Ricardo Velho, com Luís Asué a desperdiçar mais uma clara ocasião na sequência da jogada.
Só que, quase do nada, o jogo pareceu ‘virar’ para o sentido dos anfitriões, após a estranha expulsão de Sidnei Tavares, aos 64 minutos: o médio, que estava ‘amarelado’, entrou no relvado sem ser autorizado pelo árbitro depois de ser assistido fora do campo e viu o segundo amarelo, com correspondente vermelho.
O Farense ‘ganhou’ alento e, dois minutos depois, aos 66, igualou a partida, num cruzamento de Rivaldo Morais da direita a que o suplente e reforço Álex Bermejo respondeu com um desvio certeiro na pequena área.
O conjunto algarvio continuou a pressionar, em busca do segundo golo, que surgiria porém, de forma decisiva, a favor do Moreirense, numa assistência de Ofori que Luís Asué, desta feita, no ‘coração’ da área, já não desperdiçou, aos 79 minutos.
A equipa de Moreira dos Cónegos ‘fechou-se’ no seu terço defensivo para segurar a vantagem, perante um Farense que não conseguiu incomodar o guarda-redes Kewin Silva até ao apito final.
Declarações após o jogo Farense-Moreirense
– José Mota (treinador do Farense): “Acabam por ser os pormenores que resolvem os jogos. Os detalhes, aqueles momentos em que tem de existir concentração no limite.
Nós não entrámos bem no jogo, ao contrário do que eu pensava. Não disputámos os duelos, o adversário teve sempre espaço e tempo para pensar e tomou conta do jogo, sem criar perigo. Foram obrigando o Farense a recuar e, de uma dessas situações, acontece um livre e aparece o primeiro erro.
Eu, como treinador, tenho de ser o responsável e admitir que não estivemos preparados para aquele lance. Sempre fomos uma equipa rigorosa em épocas transatas nesse tipo de lances, em bolas paradas, mas o Maracás, com mérito, mas totalmente livre de marcação e com tempo para tudo, acaba por fazer o golo.
Na segunda parte, fomos mais agressivos, também com as alterações produzidas, tivemos mais dinâmica, mais espaço, obrigámos o adversário a recuar, fizemos um golo e, quando estávamos no nosso melhor período, acabámos por sofrer mais um golo, que eu penso que não pode acontecer, porque tivemos quatro vezes a situação controlada, quatro vezes tivemos a bola, e em quatro vezes ganharam ressaltos e acabaram por fazer o golo.
É verdade que o adversário não estava a fazer absolutamente nada que não seja tentar o empate, acaba por lhe sair a sorte grande, proporcionando este golo, onde também tivemos responsabilidades”.
– César Peixoto (treinador do Moreirense): “Eu penso que foi uma boa primeira parte da nossa parte. Fizemos um golo e criámos várias situações para poder fazer mais um ou dois golos até, e terminar a primeira com uma vantagem mais confortável.
Na primeira parte, o Farense – com um jogo direto, a tentar as segundas bolas – só nos criou algum perigo em lançamentos laterais, mas tivemos sempre o jogo mais ou menos controlado e poderíamos ter matado o jogo.
Na segunda parte, depois da expulsão, acaba por ser outro jogo. A equipa reagiu com espírito de sacrifício, união. Esta vitória é dos jogadores, porque uniram-se, não desistiram, sofreram um golo, conseguiram fazer o segundo golo, agarraram-se uns aos outros e acabam por vencer.
É uma vitória merecida, por uma melhor primeira parte e por uma segunda parte com um espírito de grupo fantástico. Os jogadores estão de parabéns pela forma como se uniram para conseguir esta vitória”.
Jogo disputado no Estádio de São Luís, em Faro
Farense – Moreirense, 1-2
Ao intervalo: 0-1
Marcadores:
0-1, Maracás, 07 minutos.
1-1, Álex Bermejo, 66.
1-2, Luís Asué, 79.
Equipas:
– Farense: Ricardo Velho, Rivaldo Morais, Marco Moreno (Geovanny, 88), Lucas Áfrico, Talys, Cláudio Falcão, Ângelo Neto (Velásquez, 88), Filipe Soares (Tomané, 57), Belloumi, Marco Matias (Álex Bermejo, 57) e Darío Poveda (Elves Baldé, 74).
(Suplentes: Miguel Carvalho, Artur Jorge, Elves Baldé, Tomané, Velásquez, Álex Bermejo, Geovanny, Talocha e Raúl Silva).
Treinador: José Mota.
– Moreirense: Kewin Silva, Fabiano Souza, Marcelo, Maracás, Frimpong, Sidnei Tavares, Rúben Ismael (Guilherme Liberato, 83), Madson (Gabrielzinho, 73), Alanzinho (Lawrence Ofori, 67), Antonisse (Pedro Santos, 73) e Luís Asué (Carlos Ponck, 83).
(Suplentes: Caio Secco, Carlos Ponck, Benny, Pedro Santos, Guilherme Liberato, Dinis Pinto, Gabrielzinho, Lawrence Ofori e Guilherme Schettine).
Treinador: César Peixoto.
Árbitro: Miguel Nogueira (AF Lisboa).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Sidnei Tavares (23 e 64), Kewin Silva (90+6) e Alanzinho (90+7, no banco). Cartão vermelho por acumulação de amarelos para Sidnei Tavares (64).
Assistência: 5.255 espetadores.
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